Antonio Temóteo
postado em 08/09/2014 06:00
O sistema previdenciário brasileiro caminha na direção de um colapso. Dados elaborados pelo governo mostram que tanto no Regime Geral, aplicado aos trabalhadores da iniciativa privada, quanto na previdência de servidores públicos civis e miltares da União, o deficit entre arrecadação e despesa vai aumentar de forma assustadora nas próximas décadas. O progressivo envelhecimento da população e a falta de controle das despesas colocam em risco o pagamento de aposentadorias a milhões de brasileiros que, se nada for feito, podem ver simplesmente evaporar a perspectiva de amparo na velhice.No caso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), projeções que acompanham a proposta orçamentária de 2015, encaminhada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, apontam que a despesa total da autarquia com o pagamento de aposentadoria, pensões e outros benefícios deve passar de 7,52% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 para 13,25% em 2050. Com isso, o rombo nas conta da autarquia saltará de 0,89% para 6,39% do PIB, ou, em valores correntes, de R$ 51,1 bilhões para R$ 3,1 trilhões.
Entretanto, esses percentuais poderão ser ainda maiores porque foram utilizadas nos cálculos projeções de crescimento da economia menores do que as estimativas mais recentes. Para 2015, por exemplo, a expansão prevista é 2,5%, enquanto a alta deve ser de apenas 0,5%. Isso significa que a tendência é de o percentual da despesa em relação ao PIB ser maior.
No Regime Próprio da União, mesmo com a criação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), o quadro também é dramático. A soma dos rombos nos sistemas previdenciários de servidores civis e militares em 2015 deve chegar a R$ 75,4 bilhões, ou 1,31% do PIB. Em 2050, o valor saltará para R$ 270,9 bilhões.
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