Agência France-Presse
postado em 10/09/2014 08:19
Madri - Emilio Botín, presidente do banco espanhol Santander, o primeiro em capitalização da Eurozona e com forte presença na América Latina, em particular no Brasil, morreu nesta quarta-feira (10/9) aos 79 anos. O executivo foi vítima de um infarto, segundo um porta-voz do Santander. O banco deve anunciar o sucessor nas próximas horas. A favorita para assumir a presidência do banco é a filha mais velha de Botín, Ana Patricia, de 53 anos, conselheira da filial do Santander na Grã-Bretanha desde dezembro de 2010."Foi uma surpresa e ao mesmo tempo uma pancada. Posso dizer apenas que sinto muito, envio um abraço muito forte para a família. Espero que as coisas que precisam ser resolvidas sejam resolvidas com a maior celeridade possível e o banco continue sendo um grande embaixador da marca Espana e continue atuando como deve fazer uma entidade financeira nos tempos atuais", afirmou o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy".
O bisneto, neto, filho e pai de executivos do setor bancário, um dos homens mais influentes da Espanha, entrou para o conselho de administração do Santander em 1960 e assumiu a presidência em 1986. Para os críticos, ele era um dos símbolos do sistema bancário cujos excessos contribuíram para afundar a Espanha na crise, mas ao mesmo tempo foi o idealizador da diversificação do Santander no exterior.
Durante sua presidência, o Santander executou uma política de internacionalização e fusões. O banco estabeleceu uma forte presença na América Latina, onde está implantado no Brasil, Argentina, Chile e México, entre outros países. Em maio de 2013, Botín compareceu como testemunha à justiça, ao lado do presidente do BBVA, Francisco González, e de Isidro Fainé (CaixaBank), como parte da investigação sobre a entrada na Bolsa do Bankia em 2011, que menos de um ano depois precisou de um resgate do Estado, ao ser duramente afetado pela explosão da bolha imobiliária.
Oito anos antes, o executivo chegou a sentar no banco dos réus, ao lado de outros quatro ex-dirigentes do banco, em um caso de fraude fiscal pela venda de produtos ;opacos; ao governo nos anos 80 e 90. Botín foi inocentado. Emilio Botín era casado e pai de seis filhos.