Economia

Queda em vendas do varejo desanima lojistas e reduz previsão de crescimento

Endividado e com a renda comprometida, o consumidor diminui até mesmo as compras em supermercados

postado em 12/09/2014 06:00
Endividado e com a renda comprometida, o consumidor diminui até mesmo as compras em supermercados
A inflação, a queda no ritmo de crescimento da renda dos brasileiros e o crédito mais caro afastaram o consumidor das lojas. Em julho, mesmo com a Copa do Mundo, as vendas do comércio varejista tiveram o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2000, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração de 1,1% em relação ao mês anterior foi igual à verificada em outubro de 2008, quando o país atravessava o período mais crítico da crise econômica global. Quando comparada com julho de 2013, a redução foi de 0,9%. Desde fevereiro, o setor não apresenta crescimento mensal nas vendas.

[SAIBAMAIS]De acordo a Pesquisa Mensal de Comércio, o resultado negativo de julho foi puxado pelo ramo de móveis e eletrodomésticos, que sofreu um tombo de 4,1%. Entretanto, os consumidores reduziram até as compras de alimentos, já que o grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve retração de 1,3%. O varejo ampliado, que inclui comércio automotivo e materiais de construção cresceu 0,8% em julho. No caso dos veículos, houve alta de 4,3%, embalada pelas promoções das concessionárias.



A queda do varejo em julho surpreendeu os analistas ; que esperavam desde queda de 0,6% até elevação de 1,3% ; e tornou ainda mais fracas as previsões para a evolução da economia. Diante dos resultados registrados até agora, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) reduziu a projeção de crescimento para o setor neste ano. Pelas novas estimativas da entidade, as vendas vão aumentar 3,7%, depois de terem subido 4,3% no ano passado, e 8,4% em 2012.

;Vai ser o pior resultado do varejo desde 2003;, afirmou o economista da entidade Fabio Bentes. Ele ressaltou que a inflação do varejo em julho (0,3%) foi a metade da de junho (0,6%) e, mesmo assim, as vendas caíram. No setor de hipermercados e supermercados a alta de preços alcançou 0,9% e explica porque o setor foi um dos que puxaram a queda.

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