Economia

Banco Central: Crescimento baixo levará inflação para a meta em 2016

Sob risco de descumprir a meta de inflação, de 4,5% ao ano, Tombini aposta todas as fichas em que a recessão ajudará no controle do custo de vida

postado em 12/09/2014 06:01
Alexandre Tombini: Indicação de que taxa básica de juros (Selic) permanecerá em 11% por algum tempo
O ano de 2014 tem sido de ironias para a economia. A mais recente delas é que o frágil crescimento econômico, apesar de ruim para o país, é a mais nova aposta do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, para conter a escalada dos preços. Sob risco de descumprir a meta de inflação, de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo, ele aposta todas as fichas em que a recessão ajudará no controle do custo de vida. O raciocínio de Tombini e de sua equipe de diretores que integram o Comitê de Política Monetária (Copom) ampara-se na ideia de que, com a indústria em recessão e as vendas do varejo encolhendo mês a mês, os consumidores, já atolados em financiamentos, ficarão ainda mais receosos em contrair novas dívidas. Ao reduzirem as compras, reitera o órgão, eles jogarão uma pá de cal sobre a intenção dos empresários de reajustar preços.

[SAIBAMAIS]A esse processo o BC deu o pomposo nome de ;realinhamento das taxas de crescimento da absorção interna;, o que, na verdade, quer dizer que projeta um equilíbrio maior entre o consumo mais fraco das famílias e a oferta ainda limitada de produtos e serviços pelas empresas. ;Nesse contexto;, observou a ata da última reunião do Copom, divulgada ontem, ;é plausível afirmar; que, mantidas as condições atuais (da economia), a inflação tende a entrar em ;trajetória de convergência; para o centro da meta, a partir do segundo trimestre de 2016.



Não quer dizer que tudo esteja sob controle. Ainda estão no documento expressões como ;certa persistência da inflação;, ou outras mais diretas, que apontam que a carestia ainda se encontra ;elevada;. Entretanto, conforme lembrou o economista Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o Copom retirou do documento o termo ;resistência; para indicar o comportamento da inflação. Um detalhe: a expressão constava em atas desde janeiro de 2013. ;Ao nosso ver;, escreveu Barros, em análise a clientes, ;a despeito do nível ainda elevado da inflação, já se observa alguma moderação nos indicadores (de custo de vida);, disse.

A matéria completa para assinantes está . Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação