postado em 16/09/2014 09:47
Aeroporto de Paris-Roissy - Uma enorme greve da companhia aérea Air France entrou nesta terça-feira no segundo dia consecutivo, com 60% dos voos cancelados, enquanto prosseguem as negociações entre a direção e os sindicatos sobre o polêmico desenvolvimento de uma filial de baixo custo.
Depois de ter realizado menos de 50% dos voos programados para segunda-feira, a Air France anunciou que seis de cada 10 de seus aviões permanecerão em terra nesta terça-feira. Na quarta-feira, a situação será similar, com 60% de voos cancelados, segundo um porta-voz da companhia.
Ainda não há uma saída para a crise, reconheceu o presidente da Air France, Frederic Gagey, à rádio francesa Europe 1. "Seguimos negociando. Fizemos propostas", acrescentou.
Os líderes do grupo Air France-KLM haviam se reunido na noite de segunda-feira com os sindicatos majoritários (SNPL, AF, Alpa), que convocaram esta greve até 22 de setembro.
Os sindicatos de pilotos temem que os projetos de desenvolvimento da filial ;low cost; da Air France, Transavia, tanto na França quanto no exterior, possam afetar os empregos da companhia matriz.
Efetivamente, as centrais denunciaram que o projeto da direção sobre a companhia de baixo custo é uma porta aberta à "externalização dos empregos" dos pilotos, e um "dumping social".
A Air France, que considera este projeto essencial para o desenvolvimento do grupo, já propôs em agosto um plano de aposentadorias voluntárias para 200 dos 3.760 pilotos da companhia.
A greve, se durar até 22 de setembro, será a mais longa dos pilotos da Air France desde 1998. A direção estima que custará entre 10 e 15 milhões de euros por dia.