Agência France-Presse
postado em 21/09/2014 10:25
Cairns - Os países do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, apresentaram neste domingo (21/9) uma proposta que inclui uma série de medidas para aumentar em 1,8% o valor de seu PIB nos próximos cinco anos, ao fim de uma reunião na Austrália.Reunidos durante dois dias em Cairns, na costa leste australiana, os ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20 apresentaram a proposta do crescimento adicional com a aplicação de reformas e investimentos, um objetivo que haviam fixado em fevereiro em Sydney.
A Austrália presidente este ano o G20.
"Análises preliminares do FMI-OCDE indicam que estas medidas aumentarão nosso PIB coletivo em 1,8% adicional até 2018", afirma o comunicado final da reunião.
Para alcançar a meta, os países do G20, que representam 85% do comércio mundial e dois terços da população do planeta, chegaram a um acordo sobre 1.000 medidas, em particular investimentos em infraestruturas, reformas financeiras e iniciativas para desenvolver os negócios comerciais e econômicos.
Os ministros, que prepararam o terreno para a reunião de chefes de Estado e de Governo de novembro em Brisbane, também na costa leste do país, se comprometeram a criar uma Iniciativa Global sobre Infraestruturas, na realidade uma base de dados, para trocar informações sobre projetos e investimentos de "qualidade".
"O investimento é essencial para incentivar a demanda e aumentar o crescimento", afirma o comunicado.
"A iniciativa também incluirá medidas chave em nossas estratégias de crescimento para melhorar a segurança, fundamental para atrair a participação do setor privado", completa o texto.
Ao mesmo tempo, no entanto, o anfitrião do encontro, o ministro australiano das Finanças, Joe Hockey, afirmou que o "G20 reconhece que muitas decisões e ações para que a economia continue crescendo são difíceis".
"Mas continuamos determinados a intensificar o crescimento e os países querem utilizar todos os instrumentos macroeconômicos - políticas monetária, fiscal e estrutural - ao nosso alcance para tornar realidade este desafio", disse.
FMI
Ao fim da reunião, a diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu a adoção de políticas econômicas que contribuam para o crescimento.
"Apesar da recuperação mundial, o ritmo de crescimento é baixo e irregular, em parte pelas tensões geopolíticas e os riscos de turbulências nos mercados financeiros. Por isto é essencial promover políticas econômicas que contribuam para um crescimento mais sólido da atividade econômica e do emprego", disse Lagarde.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, fez um apelo para que a Eurozona adote medidas para incentivar a demanda e realize as reformas estruturais necessárias para o crescimento de sua economia.
"As discussões durante o fim de semana chegaram a um consenso crescente de que a Europa precisa fazer mais para que sua economia cresça", disse Lew
"O que ficou demonstrado com a experiência americana é que as medidas para incentivar a demanda a curto prazo e as reformas estruturais a longo prazo são uma combinação importante, e não a escolha entre uma ou outra", destacou.
Na semana passada, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou que a frágil recuperação da Eurozona afeta a economia mundial.
A OCDE reduziu em 0,4% a previsão de crescimento do PIB da Eurozona para este ano, a 0,8%, em meio aos riscos geopolíticos e financeiros na Ucrânia e Oriente Médio.