Jornal Correio Braziliense

Economia

Incerteza na política e cenário ruim na Europa e na China derrubam a bolsa

Na máxima do pregão, a divisa chegou a encostar nos R$ 2,40



Num dia marcado pelo nervosismo com o cenário externo e pela tensão com as pesquisas eleitorais no Brasil, o dólar teve ontem a quarta sessão consecutiva de alta e fechou no nível mais elevado desde 19 de fevereiro. No fim dos negócios, a moeda norte-americana foi cotada a R$ 2,395 para venda, com ganho de 0,91%. Na máxima do pregão, a divisa chegou a encostar nos R$ 2,40, sem que o Banco Central esboçasse um movimento mais determinado para conter a valorização.

O quadro de incerteza marcou também as operações na Bolsa de Valores de São Paulo. O Ibovespa, principal indicador dos negócios, despencou 3,14% durante as operações, mas encerrou com recuo de 1,68%. Mesmo assim, a marca de 56.818 pontos foi a mais baixa em cinco semanas.

Rumores sobre o enfraquecimento da candidatura de Marina Silva (PSB) no confronto com a presidente Dilma Rousseff (PT), rejeitada pelos mercados, se sobrepuseram ao quadro econômico ruim no exterior e derrubaram ações de empresas estatais, como as preferenciais da Petrobras, que fecharam com desvalorização de 1,5% depois de cair 5% durante o pregão. Os papéis da Eletrobras recuaram 4,81% e os do Banco do Brasil desabaram 4,74%.

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O corretor da XP Investimentos Celson Plácido explicou que o pessimismo foi reforçado pelos discursos do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e do ministro das Finanças da China, Lou Jiwei. Draghi disse que a recuperação da economia europeia está perdendo impulso com a piora da confiança do consumidor da Zona do Euro. No fim de semana, o ministro chinês admitiu que a atividade econômica do país está desacelerando, mas nenhum novo estímulo está em análise. Com isso, as commodities despencaram. O minério de ferro caiu 2,33%, abaixo dos US$ 80, o menor preço em 5 anos. Em consequência, as ações da Vale do Rio Doce tiveram perda de 4,38%.

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