postado em 24/09/2014 06:06
Com receio de dar novo impulso à inflação, o governo desistiu de elevar, neste ano, a carga tributária sobre cervejas e outras bebidas frias. Segundo o presidente da entidade que representa os frabricantes de refrigerantes, Afrebras, Fernando Rodrigues, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ontem que sua equipe vai propor novo modelo de tributação para o setor a ser apresentado em 2015. Dias atrás, Mantega havia dito que ainda não tinha desistido de aumentar tributos sobre a indústria de bebidas.Leia mais notícias em Economia
Uma prova de que o discurso do governo de que a inflação ficará sob controle nos próximos meses não encontra respaldo na população. Ontem, a Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou que os brasileiros acreditam que o custo de vida subirá 7,3% nos próximos 12 meses ; bem acima do limite de tolerância da meta oficial, que é de 6,5%. A previsão piorou em relação a agosto, quando o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores estava em 7,2%.
De acordo com a fundação, as pessoas estão impressionadas com os elevados aumentos de preços dos últimos meses e apreensivas em relação aos reajustes esperados para o próximo ano. A previsão dos consumidores supera a média dos analistas do mercado ouvidos pelo Banco Central, de 6,3%. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou para 0,43% na terceira quadrissemana de setembro, ante 0,39% no período anterior. Segundo o economista André Braz, da FGV, a previsão é de que o IPC-S salte para de 0,50% em setembro, pressionado mais adiante pela carne e pelas hortaliças.