Economia

Euro cai em relação ao dólar ao menor valor em quase dois anos

Às 08h05 GMT (05h05 em Brasília), o euro recuou para 1,2697 dólar, sua cotação mais baixa desde novembro de 2012, mas se recuperou e fechou em 1,2750 dólar

Agência France-Presse
postado em 25/09/2014 18:18
Paris - Nesta quinta-feira (25/9), o euro teve a maior desvalorização em relação ao dólar em quase dois anos. O movimento da moeda única no mercado de câmbio reflete as crescentes preocupações em torno da economia da zona do euro, em contraste com a boa situação nos Estados Unidos.

Às 08h05 GMT (05h05 em Brasília), o euro recuou para 1,2697 dólar, sua cotação mais baixa desde novembro de 2012, mas se recuperou e fechou em 1,2750 dólar. Na quarta-feira às 21h00 GMT (18h00 de Brasília), o euro valia 1,28,29 euro. "A combinação de novos dados decepcionantes na zona do euro e, por outro lado, o bom indicador imobiliário nos Estados Unidos provocaram a queda euro, abaixo de 1,28 dólar", explicaram os analistas do Banco Nacional da Austrália.

"A força do dólar foi um tema recorrente da sessão de quarta-feira", afirmou Simon Smith, analista da FxPro. "O movimento continuou na quinta-feira e a valorização do dólar já se estende há 11 semanas consecutivas, o que não se via desde o lançamento do câmbio flutuante no início dos anos 1970", disse Smith.

O euro é afetado por uma série de indicadores decepcionantes, entre eles o barômetro Ifo de confiança empresarial na Alemanha, que caiu em setembro pelo quinto mês consecutivo, prova de que a maior economia da Europa passa por um período de escasso vigor, o que pode afetar toda a região.

Esta situação alimenta especulações sobre uma nova medida de flexibilização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) em sua reunião do dia 2 de outubro. Certos comentários do presidente do BCE, Mario Draghi, sugerem que podem ser adotadas novas medidas de apoio à economia, entre elas um programa de compra de ativos.

"A diferença de política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed) e do BCE é muito evidente", segundo Jameel Ahmad, de FxTM. "Enquanto o BCE tende a flexibilizar ainda mais a sua política monetária, o Fed vai acabar com a sua chamada política de flexibilização quantitativa em menos de um mês, o que é um grande passo para a normalização de sua política monetária", segundo Ahmad.



Tudo isso -com a expectativa de uma elevação dos juros- contribui para a valorização do dólar, que também se beneficiou na quarta-feira com o indicador imobiliário dos Estados Unidos, que apontou que as vendas de novos imóveis subiram ao nível mais alto desde 2008.

Os investidores esperam ainda o anúncio dos dados definitivos do PIB americano no segundo trimestre, que serão divulgados na sexta-feira. A informação pode dar indícios sobre o calendário e a amplitude de uma elevação dos juros pelo banco central americano. O PIB dos Estados Unidos avançou 4,2% em termos anuais de abril a junho, segundo uma estimativa divulgada em agosto pelo Departamento de Comércio. No mesmo período, o crescimento da zona do euro ficou estagnado.

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