Economia

Brasil tem o terceiro maior deficit externo do mundo, diz ranking do FMI

O país está atrás apenas de Estados Unidos e do Reino Unido, que tem um deficit de US$ 114 bilhões

Rosana Hessel
postado em 30/09/2014 11:57
Os desequilíbrios nos fluxos de conta-corrente dos países diminuíram significativamente desde o pico de 2006, e aqueles que eram usados como principal fonte de preocupação ; os enormes deficits dos EUA ; caíram pela metade em 2013, passando de US$ 807 bilhões para US$ 400 bilhões. Todavia, saldo negativo em conta corrente de economias europeias e emergentes aumentaram, destaca o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta terça-feira que faz parte do estudo Panorama Econômico Global que será divulgado integralmente na reunião anual de primavera (no Hemisfério Norte) entre os dias 10 e 12 de outubro.

[SAIBAMAIS]O Brasil, por exemplo, nem aparecia no ranking dos 10 países com os maiores deficits globais em 2006, e agora está na terceira colocação com um saldo negativo de US$ 81 bilhões, atrás de Estados Unidos e do Reino Unido, que tem um deficit de US$ 114 bilhões. Outros emergentes entraram nessa lista dos 10 maiores devedores no ano passado: Turquia (US$ 65 bilhões), Índia (US$ 32 bilhões) e Indonésia (US$ 28 bilhões) e México (US$ 26 bilhões). Em 2006, de acordo com dados do Banco Central, o Brasil tinha um superavit de R$ 13,6 bilhões.

A China e a Alemanha, que tinham o primeiro e o maior superavit em conta corrente do mundo em 2006, de US$ 232 bilhões e US$ 182 bilhões, respectivamente, trocaram de posições. Os chineses passaram a ter US$ 183 bilhões de saldo positivo em conta corrente e, os alemães, US$ 274 bilhões.



;Isso mostra que as contas dos países desenvolvidos estão melhorando às custas do endividamento dos países emergentes;, avaliou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. ;O Brasil é um país no qual o crescimento da nova Classe C está vazando demanda para o resto do mundo;, alertou. Na avaliação do economista, esse enorme deficit do país em conta corrente é resultado do real valorizado, que fez com que as exportações do país encolhessem, as importações aumentasse assim como os gastos dos brasileiros nos exterior, que somam quase US$ 2 bilhões por mês.

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