postado em 02/10/2014 09:01
A disparada do dólar na reta final da campanha presidencial mexe com os planos de fim de ano dos brasileiros, interfere em viagens, cobra mais atenção nas compras do mês e, de modo geral, freia o ímpeto do consumo, que já vinha definhando. Endividadas como nunca e com o poder de compra sufocado por uma inflação alta e persistente, as famílias terão, ainda, de ficar atentas à cotação da moeda norte-americana, uma vez que quase tudo o que é vendido no Brasil está atrelado a insumos importados e, portanto, fica sujeito às oscilações do mercado de câmbio.Depois de fechar setembro com a maior alta mensal em três anos, de 9,33%, o dólar mostrou ontem que ainda tem fôlego para continuar subindo. Em meio à divulgação de pesquisas indicando a candidata Dilma Rousseff (PT) firme na liderança de intenções de voto, a moeda norte-americana chegou a R$ 2,48, avançando mais 1,4% e alcançando valor recorde em quase seis anos. Alguns analistas apostam em cotação de até R$ 2,60 ainda esta semana, sobretudo se novos levantamentos consolidarem o favoritismo da petista.
O real segue no topo do ranking da perda entre as moedas emergentes frente ao dólar. O maior patamar desde 8 de dezembro de 2008, quando a divisa atingiu R$ 2,501 em plena crise financeira mundial, evidencia a posição defensiva do mercado, que, desde o fim do mês passado, quando as pesquisas apontaram recuo da candidata Marina Silva (PSB) na corrida eleitoral, tem se reposiconado. Fatores externos, como a melhora da economia norte-americana, também têm contribuído, em menor escala, para o novo cenário.
A escalada do dólar também reforça preocupações inflacionárias em razão do encarecimento de produtos importados. Hotéis e passagens aéreas para viagens internacionais, quando convertidas em reais, ficam bem mais caras. O uso do cartão de crédito no exterior se torna perigoso. Por aqui, alimentos, bebidas e eletrônicos são diretamente impactados. Até o pãozinho, assim como outros derivados do trigo, entram na lista dos produtos que sobem com a alta da moeda norte-americana, além do preço da carne, uma vez que o gado é alimentado por ração de soja e milho, cotadas no exterior.
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