postado em 06/10/2014 09:31
Não é à toa que, desde o início da campanha eleitoral, o mercado financeiro se posicionou contrário à reeleição da presidente Dilma Rousseff, adotando uma postura mais firme do que a dos próprios concorrentes da candidata. Quando a petista subia nas pesquisas, a bolsa caía, e o dólar avançava. Economistas, investidores e analistas não escolheram fazer oposição da noite para o dia. A aversão à era Dilma surgiu logo no início do mandato e só se intensificou.Economista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Dilma foi eleita em 2010 sustentando um perfil de ;gerente; e mostrando-se disposta a dar continuidade à política econômica de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que penou, mas conquistou o respeito do mercado financeiro. Em 2002, em meio a uma onda de desconfiança, a Carta ao povo brasileiro, assinada por Lula, selou uma paz duradoura com os investidores.
Dilma não conseguiu a mesma façanha de seu padrinho político ao chegar ao Planalto. Com um perfil fortemente intervencionista, ela produziu uma série de medidas que alimentou a rejeição entre investidores e empresários, aqui e no exterior, e, no fim das contas, não alcançou os objetivos esperados.
A maior parte dos erros da política econômica, no entender do mercado, esbarra em artificialismos, que, de tão utilizados, acabaram se transformando na marca da era Dilma. ;A lista de distorções da realidade é imensa e já estamos pagando as consequências dessa postura;, afirma Roberto Luis Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), hoje consultor.
Entre as consequências sublinhadas por Troster, fazendo eco a quase todos os analistas, estão a inflação alta e persistente, mesmo com o represamento de preços administrados; uma indústria cambaleante; o crescimento medíocre da economia, bem abaixo da média dos países emergentes; câmbio defasado e juros básicos de 11% ao ano, mais altos que os 10,75% deixados por Lula.
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