Economia

Possibilidade de vitória da oposição puxa bolsa e derruba dólar

'Efeito Aécio' faz Bovespa fechar em alta de 4,72%, o melhor resultado de três anos. Ações da Petrobras sobem 11,11%

Simone Kafruni
postado em 07/10/2014 08:23
Em Nova York, papéis da estatal brasileira de petróleo disparam e atingem cotação de US$ 16,55

O mercado reagiu de forma eufórica ao resultado do primeiro turno da eleição presidencial, com a arrancada final do candidato Aécio Neves, do PSDB, e a possibilidade de uma vitória da oposição. Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo (BM) chegou a operar com alta de quase 8% ao longo do dia e fechou o pregão com valorização de 4,72%, a 57.115 pontos, puxada pelas ações da Petrobras, que tiveram o terceiro volume de negociações da história do papel, de R$ 2,355 bilhões. O dólar também teve uma reação positiva ao quadro eleitoral e registrou queda de 1,38%, cotado a R$ 2,429.

Questionada sobre a reação do mercado, a presidente Dilma Rousseff disse que os investidores podem fazer tudo, mas não ganham uma eleição. ;Quem vota no Brasil se chama povo brasileiro;, afirmou. Mais do que comemorar a presença do tucano no segundo turno, o mercado reagiu à especulação de que pesquisas internas do próprio Partido dos Trabalhadores (PT) apontariam um empate técnico entre os dois concorrentes ao Palácio do Planalto, com Aécio ligeiramente à frente da presidente. ;Diante da surpresa da presença do seu candidato preferido na disputa, o mercado vislumbrou a chance real de vitória da oposição;, analisou o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa.

O resultado da euforia foi a superação de alguns recordes. A BM atingiu ontem a marca histórica de 1.779.282 negócios no mercado de ações. O anterior era de 1.650.568 operações, registrado em 20 de junho do ano passado. A alta de 4,72% é a maior em três anos, desde agosto de 2011, quando chegou a 5,10%, empatando em valorização percentual diária com o desempenho de 27 de julho de 2012. Das 70 ações mais negociadas no pregão, 64 subiram e seis caíram. A movimentação também foi surpreendente, com giro financeiro de R$ 14,4 bilhões, mais que o dobro da média diária do ano, de R$ 6,9 bilhões.

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As ações das estatais puxaram a alta na bolsa. Os papéis da Petrobras tiveram valorização de 15% do fechamento do pregão de sexta-feira até a abertura de ontem e, na máxima do dia, bateram 17%. Depois houve uma acomodação e os ativos da petroleira fecharam com alta de 11,11% os papéis preferenciais, maior alta desde dezembro de 2011, quando chegaram a 11,34%. As ações ordinárias se valorizaram 9,71%, maior ganho em um ano, a R$ 19,20. As ordinárias da Eletrobras subiram 9,29%, enquanto os papéis preferenciais tiveram alta de 6,46%. Liderando os ganhos do dia, os ativos do Banco do Brasil se valorizaram 11,92%.

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