Vicente Nunes
postado em 08/10/2014 09:40
O governo foi surpreendido hoje com a inflação de setembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que atingiu 0,57%. No acumulado de 12 meses, o custo de vida dos brasileiros cravou alta de 6,75% - 0,25% acima do teto da meta, dando combustível para a oposição atacar a candidatura da petista Dilma Rousseff. É o maior número desde outubro de 2011. Em relação a agosto (0,25%), o avanço de preços mais que dobrou. [SAIBAMAIS]O governo vem assegurando que a inflação está sob controle, mas ao longo deste ano, em nenhum momento o IPCA ficou abaixo de 6%. O índice só não está maior porque o Ministério da Fazenda está segurando o reajuste dos combustíveis. Além disso, o governo interveio no setor elétrico - para conter reajustes na conta de luz - e houve movimento entre estados e municípios para segurar a correção das passagens de ônibus.
Nos cálculos dos especialistas, se os chamados "preços administrados" não estivessem represados pelo governo, a inflação já estaria rondando hoje os 8%. A inflação tem sido apontada como principal motivo para a queda do poder de compra das famílias e contribuído para derrubar o Produto Interno Bruto (PIB), que, nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), só crescerá 0,3% este ano no Brasil.
A carestia também inibe os investimentos produtivos, o que ajuda a minar ainda mais o crescimento. Não por acaso, as estimativas para 2015 estão cada vez piores e, no entender dos analistas, os dois candidatos que disputam o 2o turno terão muito a dizer sobre como levarão a inflação para o centro da meta - de 4,5% - e como retomarão o processo de avanço do PIB.