Jornal Correio Braziliense

Economia

Conheça a trajetória de Jean Tirole, ganhador do Prêmio Nobel de Economia

Tirole garantiu ter recebido com grande surpresa a notícia da premiação por seus estudos sobre as difíceis questões de regulação das atividades econômicas



Jean Tirole é menos conhecido do que outros economistas franceses considerados muitas vezes "mais nobelizáveis" e politicamente mais à esquerda, como Thomas Piketty, principal especialista em desigualdades e tributação.

E mesmo muito ligado às pesquisas, não se desligou completamente da vida pública. Desta forma, em 2003, foi convidado a reformar de maneira profunda o mercado de trabalho francês, em um sentido liberal, criando, por exemplo, um "contrato de trabalho único". Ou instaurando uma taxa sobre as demissões, em troca de um alívio dos encargos e a simplificação da regulamentação para as empresas.

Grandes escolas francesas e PhD americano


Tirole é também um precursor em seu caminho que liga as duas margens do Atlântico. Por um lado, é um produto de excelência matemática das grandes escolas francesas, com graduações pela Ecole Polytechnique e a École Nationale des Ponts et Chaussées. Por outro lado, ele logo percebeu a importância de se inserir no sistema universitário americano, de longe, o maior provedor de Nobel da Economia nos últimos anos, e onde as condições de pesquisa são consideradas muito melhor.

[SAIBAMAIS]De fato, após a sua tese na universidade Paris-Dauphine, fez um "PhD", o equivalente americano do doutorado, no MIT. Ele, então, passou a lecionar em Paris, bem como em importantes universidades americanas: Harvard, Princeton, Stanford.

Entrevistado pela revista francesa Challenges em 9 de outubro sobre este domínio americano nas grandes premiações em Economia, ele admitiu: "Isso reflete uma situação em que os Estados Unidos têm investido fortemente para atrair os melhores economistas. Eu lamento muito, mas, ao mesmo tempo, eu não posso reclamar".

Jean Tirole trabalhou duro para restaurar o prestígio da economia na França, colocando seu prestígio à serviço da Escola de Economia de Toulouse (TSE), com a ambição de elevá-la ao "top 10 do mundo em pesquisa em Economia ".