Economia

Técnicos do Banco Central iniciam quinta greve do ano nesta terça-feira

A paralisação afetará os serviços de atendimento ao público e a segurança das unidades do órgão espalhadas pelo país

postado em 13/10/2014 17:20
Técnicos do Banco Central devem cruzar os braços por 72 horas, a partir da zero hora desta terça-feira (14/10). Será a quinta greve da categoria no ano, conforme informou o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SintBacen), Willikens Brasil. Com a paralisação, ficarão prejudicados os serviços de atendimento ao público e a segurança das unidades do órgão espalhadas pelo país.

Em setembro, os servidores do BC já haviam interrompido os trabalhos por 48 horas. Naquela ocasião, a adesão à paralisação havia chegado a 80%. Em abril, quando os técnicos iniciaram o primeiro movimento grevista, a participação era maior, de 90%.

Foram, ao todo, duas paralisações em abril, que duraram poucas horas. Em maio, a categoria cruzou os braços por 24 horas. Em setembro, a greve durou por dois dias.

Os técnicos pedem a modernização da carreira de técnico, com ampliação de salários e dos critérios de acesso, como a exigência de concurso público de nível superior. ;Nossa luta é para que o Banco Central tenha o mesmo tratamento que órgãos como a Receita Federal, a Polícia Federal e a Polícia Militar, onde só se contrata servidores com nível superior;, disse Willikens Brasil.

Ele descarta conotação política da greve, apesar com a proximidade das eleições de segundo turno. ;Nós entendemos que, mesmo por causa da eleição, nós não podíamos paralisar o movimento;, afirmou. Ele diz que a nova paralisação se deve ao descumprimento de promessas supostamente feitas pelo presidente do BC, Alexandre Tombini. ;Se tivesse tido qualquer indicativo de avanço (nas discussões) não teria necessidade de greve;, afirmou o sindicalista. O BC não se manifestou até a publicação desta matéria.

A categoria pede mudança nos critérios de contratação de técnicos e pleiteia também a ampliação nos vencimentos. Hoje, disse Brasil, o salário-base de um técnico do BC em fim de carreira seria de aproximadamente R$ 11,4 mil, o equivalente a 42% dos vencimentos de um analista do banco, com vencimento médio de R$ 20 mil, também em fim de carreira. O sindicato pretende elevar esse vencimento para R$ 12,4 mil, o que equivale elevar o salário-base para 62% do valor já recebido pelos analistas.

Trata-se de um pleito antigo. ;Em 2004 e, novamente, em 2008 o BC e o (Ministério do) Planejamento assinaram acordo para modernizar a carreira, onde já previa essa ampliação, mas os acordos foram descumpridos;, disse Brasil.



[SAIBAMAIS]Outra queixa da categoria diz respeito a um suposto desvio de função entre funcionários, com analistas executando o trabalho de técnicos. ;A Lei 9650, no artigo 5;, transcreve as atribuições dos técnicos, e o que vemos hoje é que há muitos analistas realizando esses trabalhos, que são de áreas meio, o que gera, inclusive, desperdício de dinheiro para o BC.;

Cálculos do SintBacen dão conta que o gasto extra devido ao desvio de função chegaria a R$ 17 milhões, levando em conta apenas o trabalho realizado na Procuradoria do banco e na área de atendimento ao público. ;Foi feito um trabalho técnico e jurídico, onde se constatou o desperdício de dinheiro público. É preciso corrigir isso já;, decretou o sindicalista.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação