Simone Kafruni
postado em 15/10/2014 06:00
O brasileiro precisa se preparar para pagar até 17 contas de luz extras de 2015 a 2017. Isso porque nesse período os R$ 66,5 bilhões do atual rombo elétrico serão rateados entre as 75 milhões de unidades consumidoras do país. Como o valor médio mensal do consumo é de R$ 50, cada cliente de distribuidora de eletricidade estaria devendo R$ 880 ao esforço para cobrir o prejuízo gerado pela intervenção do governo no setor, conforme cálculos da CMU Comercializadora de Energia.O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adilson de Oliveira, especializado em setor elétrico, endossa os números que englobam os empréstimos às distribuidoras, os aportes do Tesouro e o uso pleno de termelétricas desde o ano passado. ;Como a conta vai ficar para o consumidor, basta dividi-la pelo total de unidades consumidoras para saber quanto cada um vai ter de arcar para resolver o problema;, esclareceu. Ele lamentou que os valores usados para cobrir o deficit financeiro do setor elétrico poderiam ser empregados em novas usinas, aumentando a oferta nacional de energia.
Para o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, o rombo é ainda maior do que o estimado pela CMU, passando dos R$ 70 bilhões. ;O repasse tarifário a partir de 2015 será violento. E deve chegar a 25% de aumento real direto nas faturas;, alertou. Ele lembrou que esse custo será repassado de formas variadas. ;No fim é o consumidor quem paga, não apenas nos reajustes de tarifa, mas também via encargos, a exemplo da cobrança dos despachos térmicos;, assinalou.
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