Jornal Correio Braziliense

Economia

Prédios 'verdes' já atingem 10% do total do PIB de edificações no Brasil

O valor total dos imóveis que reivindicam o selo sustentável atingiu R$ 16,6 bilhões no ano passado



[SAIBAMAIS]Ana Rocha Melhado,engenheira civil da consultoria proActive e pós-doutora em Projetos e Construção de Bairros Sustentáveis pelo Departamento de Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo (USP), explica que "quando os projetos certificados começaram a ser comprados, as construtoras viam esse tipo de investimento como custo adicional. Hoje já entendem que o investimento feito a curto prazo pode até ser mais alto, mas ele é recuperado na velocidade de venda das unidades, além de reduzir em até 10% os gastos em um condomínio, em razão de projetos de eficiência energética e reuso de água.; conclui.

A certificação tem mostrado que agrega valor às construções ampliando a atratividade para a mercado imobiliário corporativo ; principalmente por reduzir riscos operacionais e de investimento. Hoje, o Brasil ocupa o 4; lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, e logo deverá alcançar a terceira posição, desbancando os Emirados Árabes e ficando atrás somente de EUA e China.

Brasília
Em Brasília, a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi), recebeu o certificado internacional AQUA (Alta Qualidade Ambiental) por atender aos critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE), a nova sede contemplará soluções para assegurar conforto acústico, ambiental, higrotérmico e visual somando um investimento total em práticas verdes da ordem de 7%.

A nova sede da Ademi terá 750 m; e será modelo para o mercado imobiliário de construção verde. O início das obras aconteceu no dia 15 de agosto e a entrega está prevista para junho de 2015.

Ana Melhado destaca entre as medidas tomadas para tornar a construção sustentável " a redução do consumo de água potável, por meio da instalação de sistemas economizadores e aproveitamento de águas pluviais, que servirão para a irrigação de jardins e limpeza de calçadas, onde não é necessária a potabilidade. Apesar de o projeto estar no início, a estimativa é de reduzir em 60% o consumo de água.

A redução de energia elétrica chegará a 30%, com a instalação de sensores de movimento, lâmpadas mais eficientes e com o aproveitamento máximo da iluminação natural. Além disso, nas áreas comuns da sede serão instalados dispositivos para coleta seletiva e as áreas de armazenamento de resíduos serão adequadamente dimensionadas.

A utilização de materiais sustentáveis também fará parte do projeto. A prioridade será encontrar produtos fabricados o o mais próximo possível da obra, minimizando impactos com o transporte e otimizando os prazos de construção. As tintas e solventes utilizados serão à base de água ou que façam parte do programa Coatings Care, a fim de minimizar a emissão de poluentes e garantir a saúde dos usuários.