Jornal Correio Braziliense

Economia

'Mudança no Banco Central é para depois', diz Arminio Fraga em entrevista

Ministro da Fazenda em eventual governo de Aécio Neves diz que Banco Central terá autonomia, mas independência não será prioridade

O economista Arminio Fraga tem se irritado com os ataques da campanha da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, que o associam a propostas de redução do tamanho de bancos públicos ou ao aumento do desemprego. ;Entendo o calor da campanha, mas o que se diz é falso ou fora do contexto;, afirma. Ele presidiu o Banco Central (BC) no governo Fernando Henrique Cardoso e já foi anunciado para o Ministério da Fazenda caso Aécio Neves (PSDB) vença a eleição.



A reforma tributária é discutida desde o governo de Fernando Henrique Cardoso e não anda. O que o faz acreditar que agora ocorrerá de fato?
Tudo na vida tem seu momento. Ao longo do tempo, foi se criando um consenso. Agora, seria o tema prioritário de uma administração nova, que chegaria preparada, com um roteiro que está no programa de governo.

Os juros podem subir no próximo ano ou tendem a diminuir?
Como a economia já está em recessão e outros instrumentos seriam administrados, não precisamos nos assustar. Não sei dizer como ficaria, afinal o BC seria autônomo. Vai depender das circunstâncias. O juro de longo prazo cairia, ajudando o investimento e, indiretamente, de maneira virtuosa, a inflação. Maior demanda leva a aumento de preços, mas isso também ocorre pela oferta insuficiente.