FRANKFURT - Vinte e cinco bancos da zona do euro de um total de 130 não passaram nos testes de resistência do Banco Central Europeu (BCE) e necessitam de 25 bilhões de euros (31 bilhões de dólares) de capital, de acordo com um relatório divulgado neste domingo (26/10) pela entidade.
Entre os bancos afetados, a instituição monetária com sede em Frankfurt cita nove italianos, três cipriotas e três gregos, assim como o alemão Münchener Hypothekenbank e o francês Caisse de Refinancement de l;Habitat.
Estas entidades têm agora duas semanas para apresentar às autoridades europeias bancárias as medidas para suprir suas necessidades, e entre seis e nove meses para implementar esses planos de ação.
Doze dos 25 bancos que falharam nos testes já retificaram suas necessidades de capital, com 15 bilhões de euros em 2014, segundo o BCE.
Além disso, uma série de bancos submetidos a esses testes deverá reavaliar seus ativos em 48 bilhões de euros, dos quais, 37 bilhões não precisam ser captados por meio de capital adicional, indicou em um comunicado o BCE.
Além disso, o BCE identificou cerca de 136 bilhões de euros de ativos de risco, o que eleva estes ativos detidos pelos bancos na zona do euro a 879 bilhões de euros.
Estes testes reforçam a "confiança do público no setor bancário", comentou Vitor Constancio, vice-presidente do BCE.
"A identificação dos problemas e riscos ajudará a reparar os balanços e fazer com que os bancos se tornem mais resistentes e robustos. Facilitará a distribuição do crédito na Europa, que irá apoiar o crescimento econômico", acrescentou.
Esta operação, chamada "Comprehensive Assessment", mobilizou mais de 6.000 pessoas. Ela procura determinar com precisão a posição financeira dos bancos antes de o BCE assumir em 4 de novembro o papel de supervisor bancário (SSM), no âmbito da união bancária em curso de formação.
A análise foi realizada em duas fases. Desde novembro de 2013, o BCE realizou a sua "revisão de qualidade de ativos" (AQR), um raio-X dos ativos e créditos de 130 bancos da zona do euro (mais a Lituânia).
Ao mesmo tempo, a Autoridade Bancária Europeia (EBA), com sede em Londres, realizou novos "testes de estresse", um exercício de simulação para testar a solidez dos bancos, submetendo-os a cenários de risco. O mais sombrio prevê um retorno à recessão, em um contexto de crise nos mercados financeiros e a queda dos preços da habitação.