postado em 28/10/2014 17:05
O secretário- executivo do ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, abriu na manhã desta terça-feira (28/10) o evento de seguros e previdência complementar em São Paulo, com a participação de mais de 500 executivos e especialistas do setor. O secretário praticamente repetiu o discurso da presidente Dilma Rousseff, em que destaca a responsabilidade fiscal como principal medida de combate à inflação. O secretário disse que a situação macroeconômica tem como garantia as reservas cambiais que giram em torno de mais de US$ 400 bilhões, mas ressaltou a desaceleração da economia da China e a possível queda das exportações de commodities como um problema a ser enfrentado pelo governo neste segundo mandato.
Caffarelli citou ainda vários outros indicadores macroeconômicos que sinalizam um período de grande esforço do governo para retomar o crescimento do Brasil, mesmo diante de um cenário internacional desafiador, mas priorizou um tema relevante: investimento. De acordo com o secretário, o Brasil passará por uma série de investimentos, principalmente em infraestrutura. O volume de recursos será cerca de R$ 1,5 trilhão nos próximos oito anos.
"Recursos do BNDES, uma vez que não temos funding de 20 anos ainda no país, mas o grande ator dessa revolução de infraestrutura vai passar pelo mercado de capitais, operações de corporate finance, project finance, poupança interna, na qual as empresas de seguros têm papel fundamental, e também investimento estrangeiro;, citou. Além de serem investidoras institucionais, as seguradoras são provedoras de seguros que visam proteger os empreendimentos de perdas patrimoniais por acidentes aleatórios. ;Enfim, temos mais oportunidades do que desafios e quero reforçar que o Ministério da Fazenda está disposto a contribuir para a construção do desenvolvimento deste setor;.
O Brasil tem hoje uma população economicamente ativa (PEA) de 85 milhões de pessoas. O mercado de seguros movimentou R$ 17,4 bilhões em prêmios no acumulado de janeiro a agosto deste ano. Já o setor de previdência complementar conta com recursos da ordem de R$ 406 bilhões com 12 milhões de pessoas registradas, bem menos da metade do PEA. O setor acredita que o potencial de crescimento é gigantesco, mas encara como desafio estender o serviço para as classes C e D. O presidente da Fenaprevi, Osvaldo do Nascimento, afirma que o seguro social no Brasil é muito bem estruturado, mas nas camadas de menor poder aquisitivo tem que estar ligado aos programas sociais. " O desafio da indústria de seguros hoje é criar produtos acessíveis à classe C, mas que tem um custo mais elevado principalmente associados à logística (distribuição),já que quem tem esse tipo de serviço geralmente consegue através do serviço bancário".
Durante o debate, Roberto Westenberger, superintendente da Susep ( Superintendência de Seguros Privados), destacou que a longevidade colocou nos ombros das companhias do Mercado segurador uma grande responsabilidade, que foge ao marco econômico e tem um cunho social muito abrangente. ;A Susep está fazendo a sua parte, estimulando o laboratório de produtos, que já conta com cinco na mesa de estudo, entre eles três de previdência: o VBGL Saúde, o Universal Life e o desenvolvimento de resseguro para os fundos de pensão no risco de longevidade;, citou.
Marco Antonio Rossi, presidente da CNseg e ex-presidente da Fenaprevi, fez questão de ressaltar que essa é a primeira vez que um representante do Ministério da Fazenda participa do Fórum. ; O setor forma com o governo uma importante Parceria Público Privada ao prover à sociedade proteções securitárias acima do patamar básico garantido pelo governo, com a oferta de planos de previdência complementar, planos de saúde privados e outros seguros que ajudam a construir um cenário melhor para todos;, enfatiza.
Nascimento, frisou também o recente momento político com a eleição da presidente Dilma Rousseff e a importância do combate a inflação, a prioridade de uma política fiscal e o foco no crescimento econômico, além do combate implacável à corrupção e mais transparência na gestão pública. Nascimento destacou que "é primordial que o País tenha estabilidade econômica, preservação da renda do trabalhador, estabilidade de regras, bem como perspectivas para a previdência social, que deve continuar passando por micro reformas".
Armando Vergílio, presidente da Fenacor, destacou a autorregulação do setor e disse que ;não adianta ter farta distribuição sem ter a fiscalização;. E pediu à Caffarelli e ao titular da Susep "o apoio na agilização da aprovação do VGBL Saúde que está na pauta do governo há alguns anos;. Já Mauro Batista, presidente do Sindseg-SP, comemorou o fato de o setor contar com o apoio do governo no desenvolvimento do seguro, ;que passa a cada dia a ter um contexto muito importante na vida das pessoas. Já temos notícias de que a pessoa que vai viver 150 anos já nasceu, e isso sinaliza que muitos seguros serão necessários para todos os ciclos de vida das pessoas;.