postado em 31/10/2014 10:31
Passadas as eleições, o governo registrou o pior resultado primário mensal da história. O governo central (que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou um déficit de R$ 20,4 bilhões nas contas públicas, o sexto deste ano e o quinto consecutivo. A situação torna o cumprimento da meta para este ano, de superavit de R$ 80,8 bilhões, praticamente inviável. No acumulado até agora, o governo falhou em economizar e o resultado até setembro foi deficitário em R$ 18,9 bilhões.
|
[SAIBAMAIS]Esse valor é R$ 43,7 bilhões menor do que o registrado em 2013 para o período. Até agora, o pior resultado havia ocorrido no auge da crise financeira global, em dezembro de 2008, quando as contas públicas fecharam o mês com um rombo de R$ 19,9 bilhões.
As receitas líquidas tiveram uma queda de 5,7% em setembro. O governo arrecadou R$ 77,7 bilhões no mês, ante R$ 82,4 bilhões. O relatório do Tesouro Nacional aponta uma queda de 10,8% na arrecadação de Imposto de Renda e de 36% nas demais receitas.
As despesas, por sua vez, tiveram crescimento de 5,6% e atingiram a cifra de R$ 98,1 bilhões. Todos os três órgãos que compõem o governo central tiveram acréscimo nas despesas, com destaque para a Previdência Social, que gastou 22%, ou R$ 7,4 bilhões, a mais.
O resultado, sem precedentes, acontece a despeito do incremento de inúmeras receitas extraordinárias. Entre agosto e setembro, entraram nos cofres públicos R$ 8,7 bilhões relativos ao Refis, programa que permite que empresas parcelem e quitem seus débitos tributários. Só em dividendos, houve arrecadação de R$ 17,6 bilhões até o fim do mês passado, R$ 3 bilhões a mais do que em 2013.