Simone Kafruni
postado em 03/11/2014 08:29
Dona de uma panificadora em Ceilândia, Edna Silva Ferreira, de 45 anos, assustou-se ao notar a fatura de energia R$ 600 mais cara do que costumava pagar. A conta, que girava em torno dos R$ 3,5 mil, saltou para R$ 4,1 mil de um mês para o outro. ;Nos 15 anos que tenho o comércio, nunca vi um reajuste tão violento, nem quando aumentei o número de freezers na padaria;, conta. O espanto, infelizmente, não foi só de Edna. A maioria dos consumidores já sentiu no bolso os efeitos da maior crise do setor elétrico. E a alta recente da conta de luz é só uma prévia do que está por vir em 2015.A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou reajustes para quase todas as distribuidoras do país. Apenas cinco concessionárias ainda aplicarão aumentos até o fim do ano. A maior alta, para consumidores de cidades do interior de Roraima, chegou a 54%. Na média, as elevações ficaram entre 25% e 30%. No Distrito Federal, a Companhia Energética de Brasília (CEB) recebeu autorização para elevar a conta em 28,11%, mas, por decisão política, reajustou em 18%. O restante ficou para 2015.
E, para muitos, a conta aumentou bem mais que os 18% da média. ;Eu pagava entre R$ 98 e R$ 100. Este mês, a fatura chegou a R$ 250;, lamenta a aposentada Georgina Antônia da Silva, 65 anos, dona de um mercado de verduras em Ceilândia. ;Até este poste de luz aí, eu pagava R$ 18 e agora pago R$ 30;, conta, apontando para a iluminação pública. Conforme a CEB, a conta de Georgina pode ter mudado de faixa de consumo. Assim, ela passou a pagar mais pela taxa de iluminação pública.
A aposentada diz que não aumentou o consumo. Pelo contrário, passou a adotar medidas para reduzir o gasto com energia. ;Desligo os freezers do mercado à noite. Só a geladeira de casa fica ligada direto;, garante. Com o aumento na conta de luz, o negócio está se tornando inviável. ;Eu mantenho o comércio aberto para não ficar sem fazer nada, mas o custo é alto demais;, diz. Não fosse o dinheiro que recebe da aposentadoria, Georgina não conseguiria arcar com os R$ 400 que paga mensalmente apenas com a conta de água e luz. ;Infelizmente, não está sobrando muito para viver;, lamenta.
Acordo para troca de moeda
Brasil e Uruguai fecharam acordo para incentivar o comércio bilateral em moedas locais, o que permitirá a exportadores e a importadores dos dois países reduzirem custos com contratos de câmbio feitos em dólar. Um convênio para a criação do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) foi assinado na última sexta-feira, durante reunião de presidentes de bancos centrais da América do Sul, realizada em Lima, no Peru. O mecanismo permitirá pagamentos de aposentadorias e pensões em moeda local, além do envio de remessas de pequeno valor. O sistema entrará em vigor em 1; de dezembro.
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