postado em 11/11/2014 08:49
O mercado financeiro está convencido de que, após quatro anos de baixo crescimento e de inflação elevada, a situação do país continuará delicada em 2015. O mais recente boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (10/11) pelo Banco Central (BC), mostrou que a projeção dos analistas para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano foi reduzida de 1% para apenas 0,8%. Se eles estiverem certos, seria o terceiro pior desempenho da economia em 15 anos, ficando atrás somente do resultado pífio previsto para este ano, que caiu de 0,24% para de 0,20%, e da contração de 0,3% registrada durante a crise global, em 2009.Para Marcos Troyjo, professor da Columbia University, em Nova York, o pessimismo do mercado se deve à demora na indicação do novo ministro da Fazenda pela presidente Dilma Rousseff e à falta de efetividade do governo em sinalizar que tomará as medidas certas para reverter os problemas econômicos do país. ;Duas semanas se passaram desde o fim do segundo turno das eleições e não se tem ideia de qual será a nova equipe econômica. Se fossem os EUA, seria um problema menor. Mas o Brasil, onde o governo fez as coisas erradas nos últimos quatro anos, é um caso bem diferente;, emendou Troyjo.
No Focus, os analistas de bancos e corretoras também traçaram um cenário preocupante para a inflação. A avaliação é de que os recentes aumentos da gasolina e da conta de luz, além dos reajustes esperados para os demais preços administrados em 2015, darão novo gás ao custo de vida, levando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a cravar alta de 6,40% no ano que vem. É uma projeção bastante parecida com a de 2014, de 6,39%. Ambas, no entanto, estão mais próximas do teto da meta de inflação, de 6,5%, do que do centro, de 4,5%, que, aliás, não é alcançado desde 2009.
Câmbio
Como as ameaças de uma nova escalada do dólar não cessaram, as apostas são de que a autoridade monetária continuará elevando a Selic pelo menos até março de 2015. ;É difícil imaginar que o BC tenha feito apenas uma alta e vá parar. É bem provável que se tenha iniciado um novo ciclo;, disse a economista-chefe da XP Investimento, Zeina Latif, acrescentando que a medida mais eficiente para o controle da inflação, nesse momento, seria um corte de despesas públicas e uma política fiscal ;mais responsável; por parte do governo. ;Se a gente insistir sempre na política monetária, o Brasil vai ter juros acima de dois dígitos por um bom tempo;, enfatizou
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