postado em 13/11/2014 08:23
Gente sorridente, plataformas operando a pleno vapor, sons e imagens impecáveis. Há cinco anos, as propagandas da Petrobras na tevê eram dignas da maior empresa brasileira e a oitava do mundo. Conseguiam emocionar e provocar um nacionalismo embalado pela euforia da descoberta das gigantescas reservas do pré-sal, uma camada nas profundezas do oceano que guardava petróleo e, com ele, ;um outro país;, como definia um dos anúncios exibidos à época.[SAIBAMAIS]Ao virar sexagenária, no ano passado, a estatal toda-poderosa perdeu a majestade. Degringolou. Em vez de fazer festa, teve de se preocupar em montar gabinetes de crise às pressas. Passou a ser investigada no Brasil e nos Estados Unidos. A lama das denúncias de corrupção se espalhou como vazamento de óleo sobre o mar, com o mesmo auê das pomposas conquistas. Desde 2007, ano do anúncio do pré-sal, a Petrobras perdeu R$ 247,4 bilhões em valor de mercado, além de um prestígio incalculável.
Como a petroleira protagonista do maior descobrimento de óleo e gás em duas décadas no mundo conseguiu arranhar tanto a própria imagem? Como a empresa responsável, em 2010, pela maior capitalização da história do mercado de capitais ; R$ 120,3 bilhões ; deixou a credibilidade definhar tanto? A resposta pode ser tão simples quanto embaraçosa: a submissão a interesses políticos do governo federal ; seu acionista controlador ; e de seus aliados.
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De uma das marcas mais admiradas no mundo, a Petrobras conquistou a façanha de se tornar líder mundial em perda de valor de mercado: de 2007 até este mês, a queda foi de quase 60%, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica a pedido do Correio. Nesses sete anos, o valor médio das ações da companhia despencou para abaixo da metade. Hoje, a orientação é fugir dos papéis que por tanto tempo serviram de porta de entrada para os estreantes em renda variável.
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