Rosana Hessel
postado em 13/11/2014 09:20
Enquanto a presidente Dilma Rousseff viajava ontem para a Austrália, onde participará da cúpula do G20, no fim de semana, o mercado se agitou com a possibilidade de a petista escolher o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para comandar o Ministério da Fazenda. O rumor fez a Bolsa de Valores de São Paulo ter forte alta no início da tarde. O entusiasmo perdeu força depois que o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, declarou que o governo optou por fazer um ajuste não ordodoxo na economia, e outros dois nomes para a Fazenda voltaram a ser ventilados: o do atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o do comandante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Mesmo assim, a Bolsa terminou o dia com ganho de 0,96%.;O mercado está muito ansioso. O ideal seria que a presidente anunciasse a nova equipe o mais rápido possível de modo a sinalizar para onde vai a política econômica;, comentou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Na avaliação dele, ;Dilma precisa anunciar as mudanças com o menor ruído possível para evitar que a confiança dos investidores piore ainda mais;. Ele lembrou que a proposta de mudança na meta fiscal enviada anteontem ao Congresso prejudicou ainda mais a já combalida credibilidade do governo.
Desde a vitória no segundo turno das eleições, a presidente tem evitado falar sobre o novo ministro da Fazenda, apesar de ter anunciado, ainda durante a campanha, que Guido Mantega não continuará na pasta. Mantega acompanha Dilma no encontro anual de líderes das 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia, e a expectativa é de que o novo titular do cargo seja anunciado após o retorno da comitiva brasileira. No entanto, durante escala no Oriente Médio, Dilma avisou que não pretende fechar a reforma do ministério já na próxima semana. ;Não tem reforma ministerial na terça-feira, nem pensar. Não dá nem tempo;, disse.