postado em 15/11/2014 06:09
Doze horas separam o fuso horário de Brasília do de Brisbane, na Austrália, onde acontece a reunião de cúpula dos países do G20. Era cerca de meia-noite de sexta-feira por lá quando o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, telefonou para o Brasil e autorizou uma nova ofensiva contra a disparada do dólar. Para segurar a alta da divisa, o BC anunciou que vai elevar significativamente a rolagem de contratos de câmbio a partir de segunda-feira. Em instantes, a moeda norte-americana que avançava acima de R$ 2,63 recuou para R$ 2,60 ; ainda assim, no maior patamar desde 2005.
Munido de um computador ligado a um terminal eletrônico, que mostrava as cotações da bolsa e do câmbio nos mercados brasileiros, Tombini acompanhou toda a preparação da estratégia. A presidente Dilma Rousseff, que também está na Austrália para a reunião do G20, foi avisada e consentiu a medida. A artilharia do BC contra o dólar, no entanto, não deve parar por aí. Daqui a três semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para traçar o rumo da taxa básica de juros no Brasil. Em setembro, em decisão dividida, o colegiado elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O consenso no mercado financeiro aponta para uma nova dose de 0,25 ponto. Isso, se o dólar não avançar ainda mais, a ponto de obrigar o BC a ter que dobrar a intensidade do ajuste, elevando a Selic em 0,5 ponto.
Tombini tem motivos de sobra para se preocupar com o comportamento da moeda norte-americana. Qualquer avanço da divisa significa uma pressão adicional sobre a já elevada inflação brasileira. Nos cálculos do BC, se persistir por 12 meses, uma alta de 10% do dólar produz impacto de 0,5 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que já ultrapassou o centro da meta, de 4,5%, acumulando alta de 6,59% até outubro.
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