postado em 21/11/2014 17:26
A que tudo indica, a mudança de rumos na próxima equipe econômica da presidente Dilma Rousseff tende a ser radical. Fontes ligadas ao Palácio do Planalto dão conta que o atual diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, poderia ser indicado para comandar o Tesouro Nacional, em substituição ao contestado Arno Augustin, que fora tido como o mentor intelectual das manobras contábeis que resultaram na perda de credibilidade da política fiscal. Araújo tem um perfil antagônico ao de Augustin.
Enquanto o atual secretário do Tesouro tem uma postura mais leniente com os gastos públicos, o diretor do Banco Central é mais adepto a uma visão de austeridade. Não raro, em entrevistas, ele sempre frisa que a política fiscal tem que ser contracionista, de modo a reduzir a pressão sobre os preços, e abrir espaço para que o Banco Central não tenha que pesar a mão sobre os juros.
Nos últimos meses, a postura mais dura de Araújo chegou a incomodar o Palácio do Planalto. Nos bastidores do governo, dava-se como certo que, ao fim do primeiro mandato de Dilma, o diretor do BC, que é funcionário de carreira do órgão, pediria afastamento do cargo, para atuar na iniciativa privada. Propostas não lhe faltariam. O Itaú Unibanco já o sondou diversas vezes, mas ele sempre se manteve reticente quanto a possibilidade de deixar a vida pública. Isso porque ele teria de se descompatibilizar de vez do cargo, abrindo mão dos benefícios da carreira pública, como aposentadoria integral.
Se, de fato, Araújo for indicado para o cargo, seria uma forma de a presidente demonstrar ao mercado financeiro que mudará radicalmente a condução da política econômica, e um gesto de aproximação com o setor privado. Resta saber, no entanto, se o diretor aceitaria o convite. A julgar pela postura mais dura nos últimos meses, seria um surpresa. A conferir.