postado em 27/11/2014 18:31
Professor de economia internacional da Universidade Federal Fluminense (UFF) e dos MBAs da Fundação Getulio Vargas, o economista André Nassif avaliou como factível a meta de 1,2% de superavit primário - economia para pagar os juros da dívida pública-, anunciada nesta quinta-feira (27/11) para 2015 pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. ;É factível porque o Brasil está crescendo muito pouco;, salientou.O anúncio foi recebido por Nassif como ;grata e benéfica; surpresa. ;Levy está apresentando algo que é exequível e faz isso de forma transparente. O mercado sabe que ele é um gestor sério e competente. Ou seja, o que está propondo vai apresentar resultado. Ao mesmo tempo, isto significa uma meta fiscal que pode ser alcançada e não comprometerá seriamente o crescimento brasileiro, que já está realmente baixo;. O professor estimou que o crescimento do Brasil este ano ficará próximo de zero.
[SAIBAMAIS]Pessoalmente, Nassif preferia que Nelson Barbosa assumisse o Ministério da Fazenda, onde foi secretário executivo.;Barbosa é um desenvolvimentista moderado;. Avaliou que Levy na Fazenda objetiva dar um sinal mais conservador ao mercado.
O economista ponderou que as estabilidades fiscal e inflacionária são condições necessárias, mas não suficientes para garantir a retomada do crescimento sustentável. Reconheceu que uma política fiscal conservadora é importante para resgatar a confiança, trajetória de queda da dívida e garantir espaço para o Banco Central reduzir os juros.
;Mas se for exageradamente conservadora, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Ou seja, pode trazer estabilidade, mas não necessariamente o crescimento;, acrescentou André Nassif.