Agência France-Presse
postado em 01/12/2014 16:23
Londres - O preço do petróleo caiu nesta segunda-feira (1/12) ao nível mais baixo em cinco anos, após a decisão da Opep na semana passada de não reduzir sua produção, o que desvalorizou ainda mais o rublo russo, que em um mês perdeu um quarto de seu valor.O Brent para entrega em janeiro foi negociado nesta segunda-feira (1/12) pela manhã por 67,53 dólares o barril, menor valor desde outubro de 2009. Em Nova York, o WTI para entrega janeiro caiu para 63,72 dólares o barril, seu menor preço desde julho de 2009.
Reunidos na última quinta-feira (27/11) em Viena, os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) mantiveram inalterado o seu nível de produção, de 30 milhões de barris diários, negando a proposta de alguns de seus membros, como a Venuzuela, de corte na produção para evitar a queda dos preços. Desde junho, os preços do petróleo bruto já caíram mais 35%.
Os membros da Opep fornecem cerca de um terço da produção mundial de petróleo. As receitas da Rússia, que não pertence à Opep, dependem aproximadamente em 50% da venda de petróleo.
Esta situação, somada às sanções econômicas impostas pelos ocidentais a Moscou por sua participação no conflito da Ucrânia, e a imensa fuga de capitais têm provocado a queda acentuada da moeda russa.
Na manhã desta segunda-feira (1/12), o rublo sofreu uma desvalorização de aproximadamente 8% em poucas horas. Somente no mês de novembro, a moeda sofreu uma queda de 25% em relação ao euro e de 27% em relação ao dólar. Na comparação com a cotação do início do ano, esse percentual sobe para 47% e 63%, respectivamente.
Segundo o banco central russo, o crescimento do país pode ficar em torno de zero no início de 2015. A Rússia não é o único prejudicado pela queda das cotações de cru, que também afeta vários membros da Opep, em particular a Venezuela, que tem uma economia extremamente dependente do petróleo.
Até que nível o petróleo cairá?
"Os operadores, que tentam avaliar quais serão as consequências da decisão da Opep, se perguntam até que nível esses preços devem chegar", comentou Carl Larry, analista da Oil Outlooks and Opinion.
[SAIBAMAIS]A cotação do petróleo caiu 18% em novembro em Nova York. Trata-se da maior queda mensal registrada desde dezembro de 2008. "Não só nos preocupa a oferta cada vez maior de cru (no mercado mundial) mas também, paralelamente, a fraca demanda", explica Phil Flynn, da Price Futures Group.
Na China, por exemplo, segundo consumidor mundial de petróleo, a atividade industrial desacelerou em novembro e registrou o menor ritmo de crescimento em oito meses.
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