Economia

Cepal: ajustes econômicos não devem prejudicar as políticas sociais

De acordo com a Cepal, apesar de a inflação afetar o poder de consumo das pessoas, no atual cenário brasileiro há uma "compensação para os trabalhadores", devido à melhoria dos salários

postado em 02/12/2014 16:26
Os anúncios sobre a equipe econômica que comporá o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff indicam a busca, de forma gradual, de implementação do ajuste fiscal necessário, sem que isso prejudique as populações mais vulneráveis, o mercado de trabalho e o desenvolvimento do país. A avaliação é do secretário adjunto da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), órgão vinculado às Nações Unidas, Antônio Prado.

;Vejo [na futura composição ministerial do governo Dilma Rousseff]perfis mais ortodoxos e pragmáticos. O sinal é claro de que a atuação a ser dada à questão do ajuste fiscal se dará dentro de uma gradualidade, que não resulte em danos ao desenvolvimento, aos segmentos mais vulneráveis ou ao mercado de trabalho;, disse Prado. Ele participou, nesta terça-feira (2/12), da divulgação do Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2014.

Segundo ele, esse perfil de ministros ;lembra a equipe econômica montada pelo presidente Lula em 2003;. Além disso, acrescentou que "as metas de inflação atual estão menores do que em 2003, as taxas de desemprego estão mais baixas e as reservas ajudarão na condução das políticas econômicas, bem como a enfrentar eventuais ataques especulativos".



De acordo com a Cepal, apesar de a inflação afetar o poder de consumo das pessoas, no atual cenário brasileiro há uma "compensação para os trabalhadores", devido à melhoria dos salários. A entidade apontou como fator negativo a baixa expansão de crédito ofertado por bancos privados, o que tem levado os bancos públicos a atuarem de forma mais forte.

Outro ponto que chama a atenção da Cepal é o fato de o crescimento da arrecadação ter sido menor. Em diversos momentos, o governo brasileiro incentiva a economia por meio de renúncias fiscais. Isso, na avaliação de Prado tem minimizado o espaço fiscal do país. ;Mas com o aceno de Dilma, espera-se um ajuste fiscal e o aumento de investimentos, após a conclusão dos projetos que estão em andamento;, acrescentou o secretário da entidade.

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