Economia

Recuo da produção neste ano deve afetar indústria em 2015

Indústria registra avanço zero em outubro e recua 3% no acumulado de 2014. Para analistas, ajustes da economia minam próximo ano

Antonio Temóteo
postado em 03/12/2014 06:03
Laboratório farmacêutico no DF: setor apresentou maior retração entre todos os 26 pesquisados pelo IBGE

A indústria brasileira se estagnou em outubro e caminha para confirmar uma retração em 2014. Analistas avaliam que, com o possível aumento das taxas de juros e com o arrocho nas contas públicas, o cenário continuará desfavorável à produção no próximo ano. O encarecimento do crédito e o recuo nas compras governamentais têm peso significativo na formação dessas expectativas. O temor dos analistas é de que ainda mais postos de trabalho sejam fechados.

Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem, a produção industrial ficou estável em outubro em relação a setembro, mas acumula queda de 3% no ano. Em comparação a mesmo mês de 2013, o indicador despencou 3,6%. Dos 24 setores pesquisados, 16 registraram perda. Os que encolheram com maior intensidade foram o ramo farmacêuticos (-9,7%), seguido de veículos automotores (-2,2%), minerais não metálicos (-2,1%) e artigos de viagem e calçados (-3,2%).

Para o diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, o desempenho industrial em outubro foi influenciado, basicamente, pelos segmentos de carros e caminhões. Ele estimou que, em novembro, haverá uma recuperação da atividade, mas não definiu o percentual. Apesar da sua expectativa positiva, o excesso de estoques e as incertezas em relação ao cenário global devem ainda restringir esse movimento de alta. ;Num primeiro momento, esse resultado aumenta as chances de observamos um resultado do Produto Interno Bruto (PIB) próximo da estabilidade no quarto trimestre;, comentou.

Na avaliação da economista do Banco ABC Brasil Mariana Hauer, os resultados da indústria estão longe de indicar alguma recuperação da atividade. Ela ressaltou que a melhora observada nos meses de julho e agosto, por exemplo, foram localizadas e não mostraram uma tendência. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o uso da capacidade instalada recuou 0,5 ponto percentual em relação a setembro, o que indica retração.

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