postado em 11/12/2014 10:29
O baixo desempenho da indústria de transformação em 2012 foi o principal responsável pela perda de participação no Produto Interno Bruto (PIB) de municípios brasileiros de perfil industrial importante, com destaque para São Paulo, município que gera mais renda no país. A participação da capital paulista caiu de 11,6% para 11,4% no PIB total. De outro lado, municípios com economias voltadas para commodities minerais tiveram ganho de participação superior ao daqueles com indústria diversificada, graças ao aumento dos preços da indústria extrativa no ano estudado.As informações fazem parte da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2012, divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com seu resultado, a queda da produção da indústria de transformação, tanto em volume (-2,4%) como em preços (-4,1%), também afetou a participação das cidades de Manaus (de 1,2% para 1,1%) e São Bernardo do Campo ( de 0,9% para 0,8%). Em cinco anos, a perda de participação de São Paulo chega a 0,4 ponto percentual.
Entre os municípios beneficiados pela alta das commodities minerais estão os municípios fluminenses de Campos dos Goytacazes, cuja participação no PIB nacional passou de 0,9% em 2011 para 1,0% em 2012, Cabo Frio (de 0,23% para 0,28%), Rio das Ostras (de 0,22% para 0,26%) e Macaé (de 0,30% para 0,33%), além de Presidente Kennedy no Espírito Santo (de 0,10% para 0,12%), todos municípios que ganham royalties do petróleo. Este último se manteve como o maior PIB per capita do país em 2012 (R$ 511.967,24), enquanto o menor foi Curralinho (R$ 2.720,32), no Pará.
Em 2012, o PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1% em termos reais na comparação com 2011. Em valores correntes, o resultado alcançado chegou a R$ 4,39 bilhões. Rio de Janeiro, segundo município com maior participação do PIB nacional (5%) e Brasília (3,9%) tiveram perda de 0,1 ponto percentual na participação em relação a 2011.
Goiânia (de 0,67% para 0,69%) e Aracaju (de 0,22% nos dois anos) subiram uma posição no ranking das capitais e ultrapassaram Vitória (de 0,68% para 0,65%) e Porto Velho (de 0,23% para 0,22%), respectivamente. No entanto, a participação relativa do conjunto das capitais (33,4%) foi a menor da série histórica, iniciada em 1999. Em 2011, esse percentual era 33,7%. Em 2012, capitais da Região Norte foram responsáveis por 2,3% desse total; as da Região Nordeste, 4,7%; as da Região Sudeste, 18,4%; as da Região Sul, 2,7% e as da Região Centro-Oeste, 5,3%.
Em 2012, a geração de renda permaneceu concentrada em 5,8% dos municípios (324 dos 5.565) que respondia por 75% do PIB. Somente São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus geraram aproximadamente 25% da renda de todo o país.
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Ainda segundo o IBGE, as regiões Norte e Nordeste continuaram se caracterizando pela dependência dos estados em relação às capitais, sendo a principal verificada no Amazonas: Manaus contribuiu com 77,7% do PIB estadual. O estado de Santa Catarina era o mais autônomo em 2012, segundo o estudo, já que a capital, Florianópolis, participava com 7,1% da geração de renda estadual. Esta é a única capital fora da primeira posição em seu estado. Itajaí (11,1%) ocupava a primeira posição, seguido de Joinville (10,3%).
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios é pesquisado desde o ano 2000, em parceria com os órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).