Economia

Inflação ficará no centro da meta de forma permanente, diz Tombini

Segundo Tombini, o caminho para a inflação cair para o centro da meta será gradual

postado em 11/12/2014 17:34
A inflação tende a convergir para o centro da meta, de 4,5%, de forma permanente, disse nesta quarta-feira (11/12) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Em discurso para representantes da Federação Brasileira de Bancos e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, ele reafirmou o texto da ata da reunião do Comitê de Política Monetária, ao declarar que o processo será longo e que a inflação continuará alta em 2015.

Segundo Tombini, o caminho para a inflação cair para o centro da meta será gradual. ;O horizonte de convergência com o qual trabalhamos se estende até o fim de 2016. Embora o esforço ora empreendido pelo Banco Central tenha como foco a trajetória da inflação nos próximos dois anos, não se pode perder de vista que os ganhos decorrentes da esperada convergência da inflação para a trajetória de metas, como disse, em 2016, vão se estender por vários anos, podendo, inclusive, ter caráter de permanência;, salientou.

[SAIBAMAIS]Em novembro, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 6,56% no acumulado de12 meses, acima do teto da meta, de 6,5%. A meta, no entanto, vale apenas para o ano fechado. Tanto o mercado quanto o Ministério da Fazenda estimam que o IPCA encerrará 2014 pouco abaixo de 6,5%.

Durante o evento, em São Paulo, o presidente do BC ressaltou que os três grandes desafios para estimular o investimento privado e tornar sustentável o crescimento do país são a inclusão financeira da população sem acesso aos bancos, ampliação do crédito para pequenas e médias empresas e articulação do sistema financeiro ao mercado de capitais (de títulos e de ações). ;Não são desafios novos, mas que permanecem presentes;, ressaltou.

Em relação às perspectivas para 2015, Tombini disse esperar uma melhora gradual da economia brasileira, com crescimento moderado do crédito, compatível com o atual momento econômico. ;Nesses últimos anos, temos observado expansão moderada do crédito, após uma década de crescimento acentuado, impulsionado pela ascensão social de parcela expressiva da população, pelo processo de inclusão financeira e pelos avanços no mercado de trabalho;, observou.

Tombini elogiou a segurança do sistema bancário brasileiro. Segundo ele, a regulação do BC permitiu reduzir a inadimplência, ajudando a diminuir os riscos do sistema de crédito nos últimos anos. ;Temos um sistema com ampla liquidez e bem provisionado. Isso traz benefícios diretos e indiretos para o país, com um nível elevado de segurança nas transações eboa reputação do sistema financeiro nacional;, acrescentou.



Confirmado na presidência do BC para o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, Tombini não comentou a manutenção do programa diário de vendas de dólares no mercado futuro, que tem como objetivo segurar a cotação da moeda norte-americana. Oficialmente, o programa acaba no fim do ano.

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