Jornal Correio Braziliense

Economia

Rublo russo sofre nova queda histórica devido às sanções ocidentais

A moeda russa caiu bruscamente no mercado de câmbios, com o euro superando pela primeira vez os 75 rublos e o dólar os 60 rublos

Moscou- O rublo russo voltou a sofrer, nesta segunda-feira (15/12), outra baixa histórica, arrastado pelas sanções ocidentais contra Moscou e a queda do preço do petróleo, faltando apenas três dias para um esperado discurso do presidente Vladimir Putin.

A moeda russa caiu bruscamente no mercado de câmbios e fechou o dia com uma perda de 9,5%, em um de seus piores dias desde o período posterior ao ;default; da Rússia, em 1998. O euro foi cotado a 78,87 rublos e o dólar, a 64,34. O índice RTS, da bolsa de Moscou, denominado principalmente em dólares, caiu 10,12%.

"O rublo está fora de controle", resumiu Chris Weafer, economista do escritório Macro Advisory. "Está em queda livre por causa do medo, nada mais", acrescentou. Com esta nova queda da moeda, em um país submetido a sanções europeias e americanas por causa da crise na Ucrânia, o rublo perdeu desde o começo do ano 42% de seu valor em comparação com a moeda europeia e 49% perante o dólar.

Segundo previsões do Banco Central russo, a inflação resultante será de 11,5% ao ano no primeiro trimestre de 2015. Desde o começo do mês, o BC russo gastou US$ 5,9 bilhões para sustentar o rublo no mercado de rublo, também muito afetado pela queda das cotações do petróleo, que representa a metade dos ganhos da Rússia.

A instituição alertou, ainda, que o PIB do país poderia cair entre 4,5% e 4,8% em 2015 se os preços do petróleo se mantiverem perto dos US$ 60,00 o barril, sua atual cotação. Na quinta-feira, o Banco da Rússia tinha elevado sua principal taxa de juros a 10,5%, perto do dobro do nível do começo do ano (5,5%) para tentar reverter a tendência do rublo à baixa, ainda em risco de afetar - com créditos mais caros - uma economia nacional à beira da recessão.



"Se entrarmos em uma espiral na qual damos a impressão de que tudo vai mal e que a economia afunda, nenhuma ação do banco central estabilizará a situação", alertou, em uma coluna do jornal de negócios Vedomosti, Maxim Buyev, professor da Faculdade de Economia da Universidade Europeia de São Petersburgo.