Economia

Demanda do dólar turismo cai 30% e cotação ultrapassa os R$ 3

Nas casas de câmbio, demanda caiu 30% por causa da valorização da moeda. A expectativa é de que cotação ainda suba

postado em 16/12/2014 11:22
O dólar conseguiu estragar de vez os planos de muitos brasileiros neste fim de ano. Sem dar sinais de trégua, a divisa norte-americana registrou ontem a quarta alta seguida, fechando em R$ 2,685. Nas casas de câmbio, no entanto, o dólar já ultrapassa R$ 3. O avanço acumulado de 3,6% neste mês diminuiu a procura pela moeda em pelo menos 30%, segundo representantes do segmento.

Sobra moeda norte-americana e faltam compradores. Brasileiros trocam pacotes para exterior por viagens nacionais para evitar endividamento

Na tarde de ontem, duas das principais casas especializadas na venda de moedas estrangeiras do país vendiam o dólar em espécie a R$ 2,87. Na modalidade do cartão de viagens, a empresa Cotação cobrava R$ 3,03. ;A situação está complicada, mas vai piorar ainda mais;, repetiam as atendentes, em discurso uníssono, na intenção de garantir a venda diante do momento tumultuado no mercado de câmbio. O euro em espécie rondava a casa dos R$ 3,60 e, no cartão, alcançava R$ 3,77.

[SAIBAMAIS]

Há cinco anos trabalhando com venda de moedas, a gerente da Renova Câmbio, Pollyanna de Castro, estava acostumada com a loja movimentada nos meses de dezembro, situação bem diferente da atual. ;Muita gente chega decidida a comprar, mas desiste ao saber da cotação. Só tem levado mesmo quem está com viagem marcada para as próximas semanas;, detalhou.



Embora a concorrência favoreça a pesquisa de preços ; em Brasília, são 15 casas de câmbio ;, é impossível prever taxas, como exigem vários clientes. ;É o mercado, toda hora muda. Por isso, temos recomendado que os clientes comprem o quanto antes, principalmente quem vai viajar nos três primeiros meses de 2015;, completou Pollyanna.

Quem resiste em comprar dólar agora aposta que, quando a nova equipe econômica assumir, a cotação vá baixar. Mas não há garantia alguma de que esse desejo se concretize. Pelo contrário. Todas as sinalizações do mercado, por ora, apontam para um cenário de dólar ainda mais forte neste ano e no próximo.

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