Economia

Tesouro deixará de bancar alta da energia, e conta será paga por consumidor

Fatura mais alta será paga pelos clientes a partir de janeiro. Acréscimo será de R$ 9,6 bi em 2015

Simone Kafruni
postado em 18/12/2014 06:03

A promessa da presidente Dilma Rousseff de baixar a conta de luz dos brasileiros foi definitivamente enterrada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O órgão regulador confirmou o início do sistema de bandeiras tarifárias, a partir de janeiro de 2015. Divididas em três cores, se ficar vermelha o ano todo, a bandeira terá um impacto de R$ 9,6 bilhões. A razão disso é que, pelo novo modelo, cada vez que as condições de geração de energia forem desfavoráveis, com acionamento de termelétricas, a fatura mensal terá acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatt/hora (kWh) consumidos sob a bandeira vermelha e de R$ 1,50 a cada 100 kWh marcados com o sinal amarelo.

A Aneel calcula em R$ 800 milhões o custo mensal em caso de condições desfavoráveis de geração nos quatro subsistemas do país ; Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Em 2014, apesar de estar em teste, a bandeira foi vermelha em 11 dos 12 meses em quase todo o país. Ficou amarela só em janeiro nas quatro regiões e também em julho no Sul, o que teria representado cerca de R$ 9 bilhões nas faturas dos brasileiros.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, explicou que o sistema de bandeiras não significa que o consumidor vai ter custo adicional, mas apenas que o pagamento, hoje calculado uma vez por ano e acrescido de uma única vez no reajuste da tarifa, será feito mensalmente. ;O que muda é o fluxo financeiro. Vai dar ao consumidor o poder de se programar e reduzir o consumo quando a bandeira for vermelha, porque a sinalização será divulgada no mês anterior;, acrescentou o diretor André Pepitone.

Os diretores da Aneel ressaltaram ainda que o acréscimo feito a cada mês na conta será descontado nos cálculos do reajuste anual de cada distribuidora. Mas admitiram que o efeito desse novo sistema não vai aliviar os aumentos de energia no ano que vem. ;A parcela da bandeira é só com geração e é pequena;, afirmou Rufino.

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