A primeira revisão feita pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a balança comercial em 2015 aponta queda de 4,3% para as exportações e redução de 9,8% para as importações. Os números estimados são US$ 215,360 bilhões para as vendas brasileiras no exterior, ante US$ 225,033 bilhões projetados para este ano.
No caso das importações a revisão feita pela AEB é de US$ 207,220 bilhões, em 2015, ante US$ 229,615 bilhões esperados para este ano. Com isso, a associação prevê um superávit de US$ 8,140 bilhões para a balança, no próximo ano, contra um déficit estimado para 2014 de US$ 4,582 bilhões.
O presidente da AEB, José Augusto de Castro, disse nesta quinta-feira (18/12) que este ano está difícil de fazer previsão para a balança comercial, especialmente sobre as importações. Segundo ele, embora as medidas governamentais, especialmente na área econômica não tenham sido anunciadas, sabe-se que terão forte impacto sobre a economia e a importação.
Castro avaliou que a elevação da taxa de câmbio tornará os produtos nacionais exportados mais caros, reduzindo a demanda. O mercado espera que haja elevação da taxa básica de juros Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), praticada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em suas operações. A AEB espera, também, corte de gastos e a suspensão de recursos para os bancos públicos. ;Tudo isso vai significar contração da economia e menor demanda;.
Com isso, deverá haver uma queda forte das importações que vai gerar um superávit primário, qualificado por José Augusto de Castro como negativo, porque ;é obtido não por aumento de exportações, mas por queda de importações;.
O presidente da AEB disse que os preços das três principais commodities ; minério de ferro, petróleo e soja ; continuarão caindo em 2015. ;O que muda um pouquinho é que não há queda na quantidade exportada;, destacou. No caso do petróleo, em particular, a perspectiva é que o volume exportado suba em torno de 31%.
Castro ressaltou que a queda de preço internacional é muito acentuada. ;Teremos redução da receita desses três produtos, tanto do minério, como do petróleo e da soja. Por isso, no conjunto, as commodities vão ter uma queda de 10,2% na receita de exportação;. Já os manufaturados subirão um pouco em função da taxa de câmbio.
Todos esses fatores acentuarão a tendência de queda na participação do Brasil nas exportações mundiais, depois de alta de 1,41%, em 2011, considerada a maior posição nos últimos 50 anos, acredita a AEB. A projeção da associação é que essa participação diminua em 2014 para 1,21%, similar à de 2008, atingindo 1,14% ou 1,15%, em 2015.