Economia

Reajuste dos preços em série levará inflação a 7,2% em 2015

Carestia começará o ano afetada pela alta de mensalidades escolares, eletricidade, gasolina, passagens de ônibus e seguros de carro. Recriação de impostos, clima adverso e dólar valorizado reforçarão a tendência

postado em 19/12/2014 06:03
Os brasileiros devem se preparar. O fim de ano e o início de 2015 serão fartos de aumentos de preços. Já subiram as mensalidades e os materiais escolares e pesarão no orçamento das famílias a energia elétrica, a gasolina, as passagens de ônibus, os seguros de carro. Tudo num momento em que os trabalhadores já sofrem para pagar os impostos tradicionais de começo de ano (IPVA e IPTU) e com a expectativa da recriação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), sobre a gasolina. A inflação no primeiro trimestre deve passar dos 7%. E os economistas estimam que a carestia deverá romper o teto da meta (6,5%) na maioria dos meses do próximo ano.

Adriana Molinari, analista da consultoria Tendências, prevê que o pico do acumulado em 12 meses se dará em fevereiro, com 7,18%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Janeiro não ficará muito atrás (7,11%) e, a partir de março recuará, até chegar a 6,33% em junho. Depois volta a subir e estoura o teto até novembro, fechando o ano com 6,4% em dezembro. Para Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra, 2015 deverá fechar com o IPCA de 7,2%.

Os alimentos continuarão pressionando a carestia este ano. Mesmo com a volta das chuvas, a comida continuará cara, obrigando os consumidores a limitarem as compras nos supermercados. Os analistas chamam a atenção, sobretudo, para a carne de boi, que, nos últimos 12 meses, subiu mais de 20%.

Carestia começará o ano afetada pela alta de mensalidades escolares, eletricidade, gasolina, passagens de ônibus e seguros de carro. Recriação de impostos, clima adverso e dólar valorizado reforçarão a tendência
[SAIBAMAIS]André Perfeito, economista-chefe da Gradual investimentos, concordou que a escalada de preços é puxada basicamente pela demanda, na qual o setor público tem peso de 23%. Mas, apesar da perspectiva de alta dos preços administrados pelo governo, os chamados preços livres acenam para um movimento de queda. ;Em setembro, esse item estava em 7,2%. Mas, em novembro, registrava 6,7%;, ilustrou, lembrando que boa parte dos preços livres vem dos serviços, setor no qual o emprego perdeu vigor, com efeito sobre os salários pagos. Perfeito teme, contudo, pelas consequências da crise hídrica no Sudeste, ;que pode pressionar ainda mais para um racionamento de energia;.

Esse grave problema, na sua opinião, tem capacidade de provocar uma inflação mais forte lno primeiro trimestre. À medida que a China passa a comprar produtos frigorificados do Brasil, a desvalorização cambial pode levar produtores a dar preferência ao mercado externo. ;Assim, os preços da carne vão subir no internamente;, refletiu.

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