Economia

Dólar cai pelo segundo dia consecutivo sob efeito do Fed

Indicação de que alta de juros nos EUA não começará tão cedo faz a divisa recuar mais 1,73%. Bolsa ensaia recuperação, mas acaba fechando em queda de 0,45%

postado em 19/12/2014 06:03
Indicação de que alta de juros nos EUA não começará tão cedo faz a divisa recuar mais 1,73%. Bolsa ensaia recuperação, mas acaba fechando em queda de 0,45%

Após um início de semana tenso, com forte desvalorização do real, o dólar teve ontem a segunda queda consecutiva, de 1,73%, sendo cotado a R$ 2,655 para venda. Prevaleceu a sinalização do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de que a alta de juros por lá poderá demorar mais do que o esperado e ocorrerá de forma cautelosa. O termo ;paciência; usado no comunicado oficial da instituição, divulgado no fim da tarde de quarta-feira, melhorou o humor dos investidores e ajudou a acalmar o câmbio.

[SAIBAMAIS]Na mínima do dia, a divisa chegou a R$ 2,64. O Banco Central do Brasil continuou intervindo pesado para tentar segurar o dólar e evitar impactos ainda maiores na inflação, que, no acumulado em 12 meses, deve ultrapassar os 7% no início de 2015, segundo estimativas. Além da ração diária com os chamados swaps cambiais, a autoridade monetária voltou a apostar na estratégia dos leilões de linha (venda de moeda com compromisso de recompra futura). No mês, o dólar mantém valorização de 3,92%.

Analistas acreditam que a moeda não voltará abaixo dos R$ 2,60. Enquanto turistas se angustiam e exportadores celebram a alta dos últimos dias, investidores seguem desconfiados, aguardando detalhes das medidas a serem adotadas pela nova equipe econômica e das regras do programa de intervenções do BC, que prosseguirá no ano que vem. O comunicado do Fed também ajudou a Bolsa de Valores de São Paulo (BMF) a começar o pregão em alta, sob influência ainda de novas medidas do governo da Rússia para estancar a forte queda do rublo.

A moeda local havia atingido a mínima histórica na terça-feira, devido à queda acentuada dos preços do petróleo, principal item de exportação do país, que, segundo reconheceu ontem o presidente Vladimir Putin, só voltará a crescer em 2017. A sessão, porém, foi marcada por forte volatilidade e o Ibovespa, principal indicador da bolsa, terminou o dia com queda de 0,45%, a 58.496 pontos. Pesaram contra o Ibovespa rumores de volta da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o que afetou os papéis preferenciais de bancos como o Itaú (-0,75%) e o Bradesco (-0,60%), que respondem por quase 20% da composição do índice.

O desânimo com os rumos da economia deve deixar o mercado sem fôlego até o fim do mês, segundo analistas. No ambiente externo, os preços do petróleo, em queda, manterão em alerta os investidores. Ontem, as ações da Petrobras chegaram a registrar alta de 7%, mas, no fim da sessão, as preferenciais acabaram fechando com recuo de 2,07% e as ordinárias caíram 0,22%, ambas abaixo de R$ 10.

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