Paulo Silva Pinto
postado em 25/12/2014 06:05
Em tempos de escassez de mão de obra qualificada, reter talentos é a maior preocupação das empresas mais dinâmicas, que veem a felicidade no ambiente de trabalho como um alvo constante. Embora ofereçam benefícios vistosos a seus funcionários, elas sabem que isso está longe de ser suficiente. Erdman Correia da Silva, 26 anos, não tem dúvidas sobre a razão que o leva a querer continuar no laboratório Sabin por longo tempo: a perspectiva de crescer. ;As pessoas precisam olhar para a frente e verem que há boas perspectivas profissionais. É o que nos move;, diz
Há um ano na companhia, ele foi promovido depois do terceiro contracheque. Entrou como recepcionista, cargo que ainda ocupa por meio período. O resto do tempo fica no departamento de audiovisual, onde escreve roteiros de filmes de treinamento. ;Faço historinhas com personagens, para não ficar com cara de telecurso;, explica.
Se pudesse escolher o trabalho ideal, Erdman gostaria de ser cineasta. Mas não deixa de fazer seus curta metragens nos momentos de folga. E garante que é feliz. Tem melhor remuneração, mais benefícios e perspectivas de crescimento, do que no emprego anterior, na seção de filmes de uma grande livraria. ;Eu gostava de conversar com clientes sobre filmes. Mas não conseguiria evoluir naquele emprego;, conta. Não teve que tomar iniciativa para sair. A solução veio com a entrada de um banco no bloco de controle da empresa, a que se seguiu a decisão de demitir os funcionários mais antigos e caros.
No Sabin, a cobrança de metas é rigorosa, mas a ideia é manter os funcionários por muito tempo. Se Erdman ficar lá por cinco anos, ganhará um salário a mais. Se chegar a 20, levará um carro zero. Em dezembro, os funcionários recebem tíquete alimentação de R$ 880 em vez dos tradicionais R$ 440. ;A felicidade da equipe é essencial para a cordialidade no atendimento ao público;, afirma a presidente da empresa, Lídia Abdalla. Mas há outros benefícios: a rotatividade média das firmas do setor é de 6% mensais; no Sabin, é de apenas 0,5% entre os 2.250 funcionários espalhados por nove cidades ; em Brasília, sede da empresa, estão 1.450.
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