Antonio Temóteo
postado em 02/01/2015 06:00
Aos 20 anos, Karolina Sampaio acumula preocupações: divide com o marido os compromissos de casa, a criação do filho, de 2 anos, e ainda passa noite e dia à espera de um trabalho. O casal está sem emprego fixo. Ambos vivem de bicos para não deixar faltar o básico para a criança. A mãe e a sogra dela não se incomodam em ajudar com o que podem. Mas ela tem consciência de que o suporte dado pelas duas não será eterno.Desde que concluiu o ensino médio, Karolina já trabalhou como secretária, recepcionista e auxiliar administrativa. Em fevereiro de 2013, caiu na vala do desemprego e de lá não consegue sair. ;Ter apenas ensino médio, hoje em dia, não adianta nada. Mas não vou fazer faculdade. Não teria tempo nem dinheiro;, explica a jovem, que almeja um curso técnico ; opção mais barata e de menor duração.
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Ela disparou dezenas de currículos pela internet e avisou a todos os conhecidos que persegue uma oportunidade. Por ora, garantiu serviços esporádicos no salão de beleza de uma amiga. O marido, que era estoquista numa empresa, foi demitido em novembro porque a firma fechou as portas. ;Espero conseguir alguma coisa mais certa logo. Tenho família, um filho pequeno. Sem um mínimo de estabilidade, fica complicado;, angustia-se.
A dura realidade de Karolina contrasta com o quadro de otimismo traçado pela presidente Dilma Rousseff, que iniciou ontem o segundo mandato. A chefe do Executivo garante que o mercado de trabalho repetirá, nos próximos quatro anos, a força que empurrou a taxa de desemprego para o menor patamar da história. ;Geramos 5,8 milhões de empregos formais em um período em que o mundo submergia no desemprego. Porém, queremos avançar mais;, avisa.
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