Vera Batista
postado em 03/01/2015 06:08
O novo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, descartou qualquer reajuste aos servidores além dos 5% previstos na negociação assinada após a greve de 2012. Segundo ele, esse assunto será tratado em momento oportuno e está na agenda do governo tratar da nova política de remuneração do funcionalismo público. ;O acordo (que previu aumento de 15,8% dividido em três parcelas anuais) ainda vale para 2015. Vamos discutir com sindicato e servidores a política dos próximos anos;, destacou.Durante discurso, na transmissão de cargo, Barbosa destacou que a melhoria da gestão pública depende, também, da valorização do funcionalismo. ;Nessa questão, faremos todo o esforço para melhorar a formação, a qualificação dos servidores, assim como suas condições de trabalho, dentro das limitações econômicas que temos. Manteremos o diálogo aberto com todas as carreiras e buscaremos equilibrar as justas demandas dos servidores com a nossa capacidade financeira;.
Segundo o ministro, ;a palavra de ordem é melhorar a qualidade do gasto público;. O país inicia, enfatizou, uma nova fase de desenvolvimento, com foco na elevação gradual do superavit primário e redução da inflação. ;Para esses objetivos serão necessários alguns ajustes na política econômica. Ajustes que, apesar de seus eventuais impactos restritivos a curto prazo, são necessários para recuperar o crescimento nos próximos quatro anos.;
Tensão
Os argumentos de Nelson Barbosa não comoveram as lideranças sindicais do funcionalismo que pretendem manter a pressão por ganho real e melhoria nos benefícios. ;Nada pode ser pior do que já está. A ministra Miriam (Belchior, ex-chefe da pasta) nunca abriu o diálogo. Só a conhecíamos pela imprensa. Queremos tratamento diferente. Mas não estamos convencidos de que haverá mudanças significativas. Prevemos mais um período de desgastantes confrontos;, afirmou Sergio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa 80% dos servidores.
Silva lembrou que, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo pode gastar até 50% das receitas líquidas com custeio. Hoje está em 31,2% ; montante anual de aproximadamente R$ 220 bilhões.