Paulo Silva Pinto
postado em 05/01/2015 07:13
A regra de reajuste para o salário mínimo, se renovada pelo Congresso como quer a presidente Dilma Rousseff, resultará em ganho real de apenas R$ 1,11 no próximo ano. A causa disso é o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, que deverá ser de 0,14% segundo a previsão do mercado publicada pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus. Há quem fale até mesmo em queda do PIB em 2014 ; o número oficial só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março.[SAIBAMAIS]Dilma repreendeu, no sábado, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Depois de tomar posse do cargo, na sexta-feira, ele falou que enviaria a proposta de uma nova regra para o reajuste do mínimo, garantindo aumentos reais, porém, sem especificar os termos. Depois da bronca de Dilma, que está de férias na Bahia, Barbosa divulgou uma nota dizendo que as regras a serem propostas são as mesmas que vigoraram desde 2007: reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a inflação para quem recebe de um a cinco salários mínimos, do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. A correção do mínimo afeta diretamente 48 milhões de brasileiros, incluindo 19,7 milhões de trabalhadores na ativa e 18,3 milhões de aposentados e pensionistas.
Sindicalistas comemoraram a reação da presidente, que consideraram um ato em defesa dos trabalhadores. Muitos não se dão conta, porém, de que, nos próximos dois anos pelo menos, os ganhos reais serão ínfimos (leia quadro). Se o PIB crescer 0,55% neste ano, será de R$ 4,61 em 2017. No mês passado, depois de se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, disse que se deve pensar em uma nova regra. Ele não foi localizado ontem para comentar o assunto.
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