Economia

Kátia Abreu assume Agricultura e promete dobrar classe média rural

Segundo ela, será feito um esforço para dotar esses produtores de capacitação técnica

postado em 05/01/2015 21:10
Ao assumir hoje (5) o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu evitou tratar das polêmicas envolvendo declarações recentes de que não haveria mais latifúndio no Brasil e disse que recebeu da presidenta Dilma Rousseff a incumbência de dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos. %u201CEla [Dilma] me pediu obstinação nessa tarefa. Vamos estabelecer como meta dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos. Tem mais de 5 milhões de produtores rurais, sendo que 70% deles estão na classe D e E, 6% na classe A e B e apenas 15% na classe C%u201D, disse a ministra que prometeu levar pelo menos 800 mil produtores para a classe C. Segundo ela, será feito um esforço para dotar esses produtores de capacitação técnica. Para isso, a nova ministra pretende envolver órgãos federais como a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o Sistema S e as universidades. %u201CVamos de porteira em porteira atrás dessas pessoas buscando e levando uma revolução em tecnologia para que eles possam ascender socialmente e ter uma renda mais elevada%u201D, disse. Kátia Abreu também falou em diálogo com os movimentos sociais e ao ser perguntada sobre a declaração de que não haveria mais necessidade de uma reforma agrária ampla no Brasil, respondeu que o assunto é da competência de outro ministério . %u201CO meu ministério não é responsável pela reforma agrária, essa competência é do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário], e eu pretendo respeitar essa competência%u201D. A declaração de Kátia Abreu sobre latifúndio recebeu crítica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que, em nota, considerou a fala %u201Cdescabida e desconectada da realidade do nosso país%u201D. %u201CQuem realmente conhece a história de nosso país sabe que não são os povos indígenas que saíram ou saem das florestas. São os agentes do latifúndio, do ruralismo, do agronegócio que invadem e derrubam as florestas, expulsam e assassinam as populações que nela vivem%u201D, diz a nota. A nova ministra, no seu discurso, também defendeu a ampliação da infraestrutura logística com a construção de ferrovias e hidrovias. Segundo Kátia, um dos desafios do ministério será desbravar a fronteira agrícolas dos estados do Norte e Nordeste, em especial o Tocantins, Maranhão, Piauí e a Bahia. %u201CÉ uma região muito especial onde não ocorrerá desmatamento, pelo contrário, são áreas de pecuária que estão sendo transformadas em agricultura, e essa região precisará ter um crescimento sustentável do ponto de vista ambiental, da logística, da energia e da armazenagem%u201D. Ela disse ainda que vai trabalhar para aumentar as exportações do agronegócio. %u201CNós temos um imenso mercado no exterior, e as nossas empresas, as nossas agroindústrias, precisam estar preparadas para exportar para esse grande mercado consumidor, quer seja de carne em geral, quer sejam de outros produtos. A nossa obrigação como ministério é abrir as portas para que todas as empresas possam exportar%u201D. A nova ministra também prometeu tratar da crise do setor sucroalcooleiro, decorrente do baixo preço do petróleo e de questões climáticas. %u201CO setor sucroalcooleiro não tem uma receita única, teremos que ter uma receita com vários conceitos, com variadas prioridades e soluções para que este assunto se resolva%u201D, disse Katia Abreu que prometeu buscar uma solução para crise em reuniões com os ministérios da Fazenda, do Planejamento e com o Tesouro Nacional.

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