Economia

Com recursos próprios, Aviação Civil não teme tesoura, diz novo ministro

postado em 06/01/2015 18:33
O novo ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, assumiu hoje o cargo afirmando que Fundo Nacional de Aviação Civil possui R$ 4,2 bilhões em receitas próprias para tocar as obras da pasta e não depende de recursos da União. "A Secretaria de Aviação Civil dispõe de recursos, mesmo nestes tempos de tesoura. Na posse do Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) eu disse para ele que não se preocupasse, porque não pediríamos dinheiro, só esperamos que não prenda o nosso", afirmou.

Padilha tomou posse repetindo repetindo o discurso que a presidente Dilma Roussef determinou para o setor, quando o convidou para o cargo. O minsitro disse que a meta é ampliar a aviação regional. A missão é atender 96% da população, com serviços regulares a preços competitivos. O programa de desenvolvimento regional prevê que serão ampliados, reformados ou construídos 270 aeroportos.

;O programa de aviação regional decorre da realidade econômica do país, onde 38% da riqueza está no interior. De cada 10 habitantes da classe média, seis estão no interior. Temos que interiorizar a infra-estrutura logística e propiciar paralelamente a exploração turística daquilo que o Brasil é singular no mundo, que são os recursos naturais. Acabamos não tendo um aporte turístico por falta de interiorização logística no transporte aéreo", enfatizou.

Segundo o ministro, ;a presidência da República decidiu que a construção, reforma e ampliação seriam conduzidos pelo Banco do Brasil. Então há um contrato de prestação de serviços e um cronograma em que a SAC é a contratante e o Banco do Brasil é o contratado, que está elaborando projetos de 229 novos aeroportos e esperamos lançar as primeiras licitações ainda este ano;, explicou.

Padilha ainda sinalizou com novas concessões de aeroportos em 2015 com parcerias com o setor privado. Segundo Padilha, deve ser aplicado um novo modelo de licitação onde os grupos vencedores administrem também aeroportos menos lucrativos.

;A iniciativa privada não entra num negócio para perder dinheiro. São estudos que ainda estão sendo desenvolvidos aqui na Secretaria. Mas foi quebrado o paradigma, quer dizer, não é mais uma atividade estatal. Ponto. A iniciativa privada entrou e, à medida que atenda as expectativas e reduza o encargo da União, porque é que não vamos trabalhar? Eu vejo como um processo natural;, enfatizou.

Sobre obras atrasadas em aeroportos, Padilha ponderou que ainda está tomando pé da situação, mas disse que vai rever os contratos e refazer um novo cronograma para todos eles. ;Esta é uma área nevrálgica. Não podemos parar construções que estão em andamento, porque vai se deteriorando com o passar do tempo. O grande volume de recursos que foi lá investido tende a se decompor. A natureza já mostrou que não podemos abandonar obras e por várias razões, inclusive esta, temos que retomar imediatamente. Refazer o cronograma para todos eles com os pés no chão. Prometeu, cumpre;, sentenciou.

Quanto à Infraero o ministro disse que a estatal está vivendo um momento de transição. Ele avisou que vai haver um programa de reestruturação da empresa, com readequação econômica de receitas e despesas e, inclusive, já está concebido um plano de demissão voluntária, para cortar encargos mensais. Paralelamente há a previsão da criação da Infraero Serviços, onde há estudos para se fazer parcerias com empresas estrangeiras, onde haveria troca de expertise para uma possível atuação internacional. ;A Infraero é a terceira maior operadora de aeroportos no mundo, com 42 anos de experiência. A Infraero Serviços será criada para explorar o mercado de aviação civil que deverá crescer entre 7% e 10% nos próximos 20 anos;, declarou.

O novo ministro citou o discurso de despedida de Moreira Franco, que destacou o sucesso do setor no país ; medido pelo período de atraso nos vôos; em 2013 o indicador ficou em 13%, em 2014 em 10% e na Copa em 8%. Padilha ainda garantiu que a aviação civil brasileira está pronta para receber os jogos Olímpicos de 2016. ;Eu pergunto: em time que está ganhando a gente mexe muito?;, finalizou.

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