postado em 09/01/2015 13:36
Os valores arrematados no Leilão de Transmissão feito nesta sexta-feira (9/1) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) representaram 80% do que foi ofertado inicialmente. Embora dois dos quatro lotes disponíveis não tenham tido interessados, o grupo com maior valor foi arrematado, o que permite uma avaliação positiva do ponto de vista econômico. ;O ideal seria que tivéssemos 100%, mas é um valor considerável, principalmente pela importância dos empreendimentos;, analisou Reive Barros, diretor da Aneel, após o certame na Bolsa de Valores de São Paulo Bolsa de BM, em São Paulo.
[SAIBAMAIS]O maior lote teve como vencedor a Cymi Holding, a única oferta entre as três empresas habilitadas. A Receita Anual Permitida (RAP) máxima era R$ 146.817,85 e o lote foi arrematado, sem disputa, por R$ 144.600.900,00. O deságio ficou em 1,51%.
Nesse grupo, os empreendimentos preveem 903 quilômetros de linhas de transmissão, totalizando 3.600 mega-volt-amperes (MVA) de potência. De acordo com a Aneel, essas linhas de transmissão vão permitir o escoamento da energia de parques eólicos na Bahia. A subestação de São Paulo, com oferta de 800 MVA de potência, foi o único lote a ter disputa e foi arrematado pela empresa CPFL Geração de Energia, com deságio de 32,59%. O valor final da RAP ficou em R$ 10.836.780.
A outra empresa que apresentou proposta foi a Abengoa Construção Brasil, com valor de R$ 15.917.525. A Alupar Investimento, que também estava habilitada, não apresentou proposta. O lote, segundo a Aneel, vai permitir o escoamento de energia de biomassa.
O Lote F, que ofertava 150 MVA de potência em subestações em Rondônia, não teve interessados, assim como o Lote J, que ofertava subestação em Goiás. ;A gente observa, em primeiro momento, que o fato desses lotes terem ficado vazios não tem relação com o valor da RAP, mas sim com a questão de equipamentos;, avaliou André Pepitone da Nóbrega, diretor da Aneel.
Ele acredita que a falta de ofertas está relacionada ao fornecimento de equipamentos pela indústria, que pode ter retraído os investidores. ;Vamos reavaliar e incluir esses dois lotes no leilão de abril;.
No último leilão da Aneel, em novembro, cinco dos nove lotes oferecidos não receberam propostas. Isso fez com que este leilão, que ocorreria inicialmente em dezembro, fosse adiado. A previsão era de que ele ocorresse em abril de 2015, diante da necessidade de reavaliar todo o processo, inclusive fornecimento de equipamentos, riscos, preços básicos, entre outros.
Barros explicou, no entanto, que a agência foi procurada por empreendedores interessados em alguns dos lotes e, por isso, houve o desmembramento, antecipando quatro desses lotes. ;A Aneel vai continuar avaliando as condições que estão fazendo com que os leilões fiquem vazios. A expectativa é de um grande leilão em abril de 2015. Resolvendo os problemas que foram identificados para motivar maior participação de investidores e atender o plano de expansão do sistema elétrico brasileiro;, declarou Barros.
Entre as mudanças possíveis, apontadas pela agência reguladora, estão o reagrupamento de empreendimentos para tornar os lotes mais atrativos e a discussão antecipada do licenciamento ambiental.