Economia

Governo japonês aprova orçamento recorde e amplia verba de defesa

O orçamento será financiado mais pela arrecadação de impostos do que pela emissão de obrigações do Estado, como ocorreu nos anos precedentes

Agência France-Presse
postado em 14/01/2015 13:02
Tóquio, Japão - O governo japonês aprovou nesta quarta-feira (14/1) um orçamento recorde anual de 96,340 trilhões de ienes (688 bilhões de euros), apresentado como a solução para o saneamento progressivo das finanças públicas sem sacrificar o apoio ao crescimento e às políticas sociais. O orçamento inicial da Defesa aumenta pelo terceiro ano consecutivo, em 2%, a 4,98 trilhões de ienes (41,97 bilhões de dólares), seguindo a orientação do "pacifismo ativo" do primeiro-ministro Shinzo Abe, que decidiu ampliar a capacidade do Japão de garantir sua segurança nacional, em particular diante das ambições asiáticas da China e das ameaças da Coreia do Norte.

"São as maiores verbas de todos os tempos", afirmou um funcionário do ministério da Defesa, recordando que o recorde precedente era de 4,96 trilhões de ienes, em 2002. Globalmente, o orçamento para o exercício entre abril de 2015 e março de 2016 prevê uma alta de 0,5% ao ano.

[SAIBAMAIS]O orçamento será financiado mais pela arrecadação de impostos do que pela emissão de obrigações do Estado, como ocorreu nos anos precedentes. "O orçamento deste ano se dirige no sentido da reforma fiscal, mas também visa o saneamento das finanças, porque é o único caminho viável", declarou Abe no início da semana, durante uma reunião com integrantes da coalizão de direita no poder.



O chefe de governo se comprometeu com uma notável redução do recurso ao endividamento, com uma meta de 36,86 trilhões de ienes (-10,6%), o que corresponde a 38,3% do total (menos de 40% pela primeira vez em seis anos). Por outro lado, a arrecadação de impostos deve crescer 9,1%, para atingir o valor de 54,5 trilhões de ienes, em particular graças a um aumento de 8% no Imposto ao Valor Agregado (IVA) desde 1; de abril passado.

O crescimento previsto para 2015-2016 é de 1,5%, contra as previsões precedentes de 1,4%, que datam de julho, após um ano 2014-2015 cuja recessão será de 0,5%. Um aspecto fundamental do novo orçamento é o aumento do consumo de 2%, baseado na promoção dos aumentos dos salários. Como em todos os anos, a previdência social absorverá a maior parte do orçamento - 31,530 trilhões de dólares - mas com um crescimento de 3,3% devido ao envelhecimento da população.

O montante de dinheiro concedido às regiões se estabelecerá em 15,54 trilhões de ienes (-3,7%), o consagrado às obras públicas em 5,97 trilhões e os voltados para as medidas de energia cairão 6,7%, a 900 bilhões. Quanto à dívida, que supera os 200% do PIB, ela continuará crescendo, 0,8%, para pesar em quase um quarto do orçamento.

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