Economia

Economia alemã se recupera em 2014 após dois anos de estagnação

'Globalmente, a economia alemã evoluiu de forma consistente', comentou Roderich Egeler, presidente do Instituto Federal de Estatísticas

Agência France-Presse
postado em 15/01/2015 18:49
Berlim- A economia alemã cresceu 1,5% em 2014 após dois anos de estagnação e de superar um tropeço no terceiro trimestre do ano passado, com a ajuda da queda dos preços do petróleo e da desvalorização do euro.

"Globalmente, a economia alemã evoluiu de forma consistente", comentou Roderich Egeler, presidente do Instituto Federal de Estatísticas, ao apresentar nesta quinta-feira (15/1), o dado provisório corrigido com as variações de preços.

Foi um resultado consonante com as expectativas dos economistas, mas superior à maioria das previsões oficiais. O governo alemão estimava um crescimento de 1,2%, enquanto o Bundesbank e o Fundo Monetário Internacional (FMI) previam um avanço de 1,4%.

Os resultados da maior economia da Europa foi muito melhores do que nos anos anteriores: um crescimento de 0,4% e 0,1%, respectivamente. E a conjuntura é melhor que a maioria de seus grandes sócios, apesar de, como ressaltou Egeler, "a diferença média (entre as suas economia) ter caído".

Em todo caso, tudo indica que a Alemanha superou as dificuldades encontradas em meados do ano. Após um início promissor em 2014, graças a um inverno mais ameno, a economia se desacelerou nos meses seguintes, perigando a recessão. Mas "a conjuntura se estabilizou no final do ano", constatou Egeler. Estima-se que no quarto trimestre a locomotiva da zona do euro cresceu em torno de 0,25%.

A queda do euro em relação ao dólar, o recuo dos preços do petróleo e as boas condições do mercado de trabalho - que registrou novo recorde no número de ativos- contribuíram para essa pequena melhora. Espera-se que em 2015 os resultados sejam mantidos.

Bom início de 2015

"A melhora será mais sustentável em 2015", disse o economista Ferdinand Fichtner do instituto DIW. "O consumo deve impulsionar o crescimento, mas o comércio exterior e os investimentos também devem melhorar".

Em 2014, o consumo foi o principal pilar da conjuntura. Os investimentos cresceram 3,7% após dois anos de retração, assim como as exportações, que avançaram o mesmo percentual. As importações, contudo, também subiram de forma consistente (%2b3,3%), reduzindo a contribuição total do comércio exterior.

Berlim prevê um crescimento del 1,3% nesse ano, mas o ministério de Economia pode revisá-lo em alta, informou nesta quinta o periódico Die Zeit. O ministro Sigmar Gabriel deve fazer a atualização no dia 28 de janeiro.



Entre os motivos para o otimismo, Christian Schulz de Berenberg cita "a ofensiva monetária iminente do BCE". A instituição se prepara para proceder a compra massiva de dívida pública na zona do euro, e a Alemanha deve ser um "dos principais beneficiários" desta política, opina Carsten Brzeski da ING, pois a taxa de juros baixa estimularia o mercado imobiliário.

Outro motivo de satisfação para a Alemanha é o excedente das contas públicas que foi de 0,4% do PIB no ano passado. Em 2012 e 2013 o país, defensor da ortodoxia orçamentária, teve um pequeno aumento do superávit. Com 11,9 bilhões de euros em 2014, esse foi o melhor resultado alemão desde 2000.

"O bom resultado das contas públicas é uma especificidade alemã", disse Egeler, em uma Europa que luta contra os déficits. Só Luxemburgo estará ao lado da Alemanha no que se refere a superávit.

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