Agência France-Presse
postado em 16/01/2015 15:22
Paris- A queda atual dos preços do petróleo não será suficiente para relançar o consumo de cru pela falta de dinamismo do contexto econômico, afirmou nesta sexta-feira (16/1) a Agência Internacional de Energia (AIE), que manteve sem mudanças sua previsão de demanda mundial para 2015.O consumo de petróleo deverá crescer 0,9 milhão de barris diários (mbd) este ano para alcançar os 93,3 mbd, detalhou a AIE em seu informe mensal de janeiro, mantendo as previsões de seu informe anterior. Em dezembro, a agência, com sede em Paris e representante dos interesses dos países consumidores, revisou em queda sua previsão de crescimento da demanda para 2015, que antes havia sido calculada em 1,1 mbd.
"Salvo raras exceções, como nos Estados Unidos, o baixo nível dos preços não parece haver estimulado a demanda até agora. Os benefícios habituais dos preços baixos, como o aumento da capacidade aquisitiva das famílias e a baixa de custos na indústria, têm sido neutralizados pelas frágeis condições econômicas, sendo esta fragilidade a principal causa da queda dos preços", explica.
A isto também se atribui a depreciação de certas divisas de países consumidores, a eliminação de subsídios públicos aos produtores petroleiros, a diminuição dos gastos nos países produtores e o temor da deflação em certos estados. Na quinta-feira, o barril do petróleo valia 46,25 dólares em Nova York, cerca de 50% a menos que em junho. O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em fevereiro valia 48,35 euros.
A AIE crê que um aumento dos preços "a menos que ocorra algo extraordinário, não é iminente", inclusive havendo "sinais que permitem pensar que o vento pode mudar de direção", especialmente frente à evolução da oferta nos países membros da Opep.
A agência reduziu em 350 mil barris diários sua previsão de crescimento da produção nestes países para 2015, em relação a seu informe anterior. Agora se situa em 950 mil barris diários, para uma produção total de 57,5 mbd anuais. A produção dos países da Opep deve alcançar os 29,8 mbd em 2015, segundo o informe, pouco menos que a previsão anunciada previamente, de 30 mbd.
No total, no mês passado se produziram 94,2 mbd, ou seja, 155 mil barris a mais que no mês anterior, devido, sobretudo, ao aumento da produção no Iraque, que funciona no seu nível mais alto desde 35 anos, compensando as fortes perturbações na Líbia.
Desta forma, a oferta aumentou em 2,1 mbd em 2014 em relação ao ano anterior, graças a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos, o que permitiu aos países membros da Opep registrar um crescimento recorde de 1,9 mbd no ano anterior.